Neste artigo, vamos apresentar o que são e onde estão previstas as políticas nacionais de educação. Com fundamentos na Constituição, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), no Plano Nacional de Educação e na Base Nacional Comum Curricular, políticas nacionais de educação são políticas que a nação constrói e organiza e que têm como foco a educação. Além de tais bases, as políticas de educação contribuem para o fortalecimento do Objetivo 4 da Agenda 2030 da ONU (Educação de Qualidade).

Por Mariana Coelho, para o Instituto Aurora

(Foto: Gilberto do Rosário)

Na realidade brasileira, percebemos que falta investimento e efetividade nas políticas públicas voltadas para a educação. Elas existem, mas não são implementadas como deveriam. E também, mesmo existindo, poucos de nós sabemos qual a base das políticas nacionais de educação, quem as faz, quem as organiza, e como são construídas. Saber disso nos permitiria cobrar dos agentes públicos de forma mais enfática a correta aplicação e o devido investimento nas políticas educacionais, bem como reivindicar melhorias.

De acordo com o nosso patrono da educação, Paulo Freire, “A Educação não muda o mundo. Ela muda as pessoas, e as pessoas mudam o mundo”. Por isso que se torna essencial que nós conheçamos a estrutura das políticas nacionais de educação do nosso país, para que possamos, assim, em posse do devido conhecimento, mudar o mundo começando pela luta por uma educação emancipatória e de qualidade. 

Conforme o ODS 4, a missão para 2030 é assegurar a educação inclusiva e equitativa e de qualidade, com o objetivo  de promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todas as pessoas. Ou seja, conforme as metas para o Brasil, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), até 2030 teríamos, como sociedade, que garantir a todas as meninas e meninos que completem o ensino fundamental e médio e que conduzam resultados de aprendizagem satisfatórios e relevantes. E como poderíamos fazer isso? Com quais medidas? A partir de quais subsídios?

As políticas nacionais de educação

A nossa Constituição Federal aborda a questão das políticas educacionais nos artigos 6º, 22, 23 e capítulo III (DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA E DO DESPORTO, SEÇÃO I, DA EDUCAÇÃO). Além da Constituição, é preciso saber que existe o Plano Nacional de Educação, a Lei de Diretrizes Básicas para a educação, e a Base Nacional Comum Curricular. Tal panorama nos permite perceber que os problemas envolvendo as políticas nacionais de educação não estão na falta de regulamentação, mas sim de execução.

O que diz a Constituição Federal

Dentre os artigos mencionados na Constituição Federal, destacamos os principais. Outros referem-se à repartição de competência privativa da União para legislar sobre diretrizes e bases da educação nacional e comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de forma a proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à ciência, à tecnologia, à pesquisa e à inovação.     

Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. 

Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de duração decenal, com o objetivo de articular o sistema nacional de educação em regime de colaboração e definir diretrizes, objetivos, metas e estratégias de implementação para assegurar a manutenção e desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis, etapas e modalidades por meio de ações integradas dos poderes públicos das diferentes esferas federativas que conduzam a: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009)

I – erradicação do analfabetismo;

II – universalização do atendimento escolar;

III – melhoria da qualidade do ensino;

IV – formação para o trabalho;

V – promoção humanística, científica e tecnológica do País.

VI – estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como proporção do produto interno bruto.  

Além da Constituição, existem regulamentos específicos que detalham e definem a estrutura do sistema educacional brasileiros, sendo eles a Base Nacional Comum Curricular e a Lei de Diretrizes Básicas da Educação Nacional, que garantem e estabelecem as funções de cada ente no que diz respeito ao sistema educacional.

O que diz a Base Nacional Comum Curricular

De acordo com o Portal da Base Nacional Comum Curricular é ela, conforme definido na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, Lei nº 9.394/1996), responsável por nortear os currículos dos sistemas e redes de ensino das Unidades Federativas, como também as propostas pedagógicas de todas as escolas públicas e privadas de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio, em todo o Brasil.

Tal documento estabelece conhecimentos, competências e habilidades esperadas para todos os estudantes que se desenvolvem ao longo da escolaridade básica. A Base Nacional é orientada pelos princípios éticos, políticos e estéticos traçados pelas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica e é implementada no currículo das escolas, existindo a possibilidade de consulta pública por todo e qualquer cidadão pelo site. No entanto, por mais que tal norteador tenha uma estrutura consolidada, frequentemente existem debates que envolvem modificações no planejamento e organização, como por exemplo com o advento do novo ensino médio.

É essencial lembrar que o ODS 4 envolve a educação que inclui, educação que empodera e educação que transforma. E nesse cenário, um ponto positivo é que a empatia e cooperação são competências que estão presentes na nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Devendo ser aplicada a partir de 2020, em sua nona competência a BNCC prevê o ensino da empatia como ferramenta capaz de construir diálogos, proporcionar a resolução de conflitos e acolher as diversidades.

Nesse sentido, percebe-se que uma das formas mais potentes de concretizar a promessa de cumprimento do ODS 4 é a educação em Direitos Humanos.

O que diz a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

Como principal instrumento garantidor da educação no país, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBN) tem responsabilidade sobre todo o sistema educacional no Brasil. A LDBN estabelece ações para a União, Estados e Municípios, que, articulados, precisam se comprometer a garantir a qualidade dos sistemas educacionais com o objetivo de reduzir as desigualdades. A LDBN, além dessas disposições, também permite a criação da BNCC e do Plano Nacional de Educação com diretrizes e metas para a política educacional em um período de 10 anos.

Outras políticas nacionais de educação

Ademais a essas previsões, existem, como políticas nacionais da educação, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que estabelece quais são os direitos e deveres de toda criança e adolescente, e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), que é responsável pela execução de políticas educacionais propostas pelo Ministério da Educação.

Educação em direitos humanos e ODS 4

Nesse sentido, é importante salientar que a execução de políticas públicas, em qualquer temática social, demanda a participação da sociedade civil e o engajamento cívico. E é por isso que torna-se urgente a educação em direitos humanos como mecanismo de transformação da sociedade e com a finalidade de trazer reflexões que estimulem a busca por políticas públicas eficientes, promovendo, assim, a paz e cidadania.

É essencial que haja um investimento e projetos que estimulem a educação em Direitos Humanos para que tenhamos base na dignidade da pessoa humana, promovendo assim a justiça, igualdade, solidariedade e paz. 

O Instituto Aurora é comprometido com projetos sociais que estão alinhados com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da ONU, por meio de ações educativas. Conheça nossos projetos que promovem uma cultura de incentivo e fomento à educação plural.

Pontes ou muros: o que você têm construído?
Em um mundo de desconstrução, sejamos construtores. Essa ideia foi determinante para o surgimento do Instituto Aurora e por isso compartilhamos essa mensagem. Em uma mescla de história de vida e interação com o grupo, são apresentados os princípios da comunicação não-violenta e da possibilidade de sermos empáticos, culminando em um ato simbólico de uma construção coletiva.
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Quem é você na Década da Ação?
Sabemos que precisamos agir no presente para viver em um mundo melhor amanhã. Mas, afinal, o que é esse mundo melhor? É possível construí-lo? Quem fará isso? De forma dinâmica e interativa, os participantes serão instigados a pensar em seu sistema de crenças e a vivenciarem o conceito de justiça social. Cada pessoa poderá reconhecer suas potencialidades e assumir a sua autorresponsabilidade.
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A vitória é de quem?
Nessa palestra permeada pela visão de mundo delas, proporcionamos um espaço para dissipar o medo sobre palavras como: feminismo, empoderamento feminino e igualdade de gênero. Nosso objetivo é mostrar o quanto esses termos estão associados a grandes avanços que tivemos e ainda podemos ter - em um mundo em que todas as pessoas ganhem.
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Liberdade de pensamento: você tem?
As projeções para o século XXI apontam para o exponencial crescimento da inteligência artificial e da sua presença em nosso dia a dia. Você já se perguntou o que as máquinas têm aprendido sobre a humanidade e a vida em sociedade? E como isso volta para nós, impactando a forma como lemos o mundo? É tempo de discutir que tipo de dados têm servido de alimento para os robôs porque isso já tem influenciado o futuro que estamos construindo.
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Formações customizadas
Nossas formações abordam temas relacionados à compreensão de direitos humanos de forma interdisciplinar, aplicada ao dia a dia das pessoas - sejam elas de quaisquer áreas de atuação - e ajustadas às necessidades de quem opta por esse serviço.
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Consultoria em promoção de diversidade
Temos percebido um movimento positivo de criação de comitês de diversidade nas instituições. Com a consultoria, podemos traçar juntos a criação desses espaços de diálogo e definir estratégias de como fortalecer uma cultura de garantia de direitos humanos.
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Minha empresa quer doar

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    Depoimento de professora de Campo Largo
    Em 2022, nosso colégio foi ameaçado de massacre. Funcionárias acharam papel em que estava escrito o dia e a hora que seria o massacre (08/11 às 11h). Também tinha recado na porta interna dos banheiros feminino e masculino. Como gestoras, fizemos o boletim de ocorrência na delegacia e comunicamos o núcleo de educação. A partir desta ação, todos as outras foram coordenadas pela polícia e pelo núcleo. No ambiente escolar gerou um pânico. Alunos começaram a ter diariamente ataque de ansiedade e pânico. Muitos pais já não enviavam os filhos para o colégio. Outros pais da comunidade organizaram grupos paralelos no whatsapp, disseminado mais terror e sugestões de ações que nós deveríamos tomar. Recebemos esporadicamente a ronda da polícia, que adentrava no colégio e fazia uma caminhada e, em seguida, saía. Foram dias de horror. No dia da ameaça, a guarda municipal fez campana no portão de entrada e tivemos apenas 56 alunos durante os turnos da manhã e tarde. Somente um professor não compareceu por motivos psicológicos. Nenhum funcionário faltou. Destacamos que o bilhete foi encontrado no banheiro, na segunda-feira, dia 31 de outubro de 2022, após o segundo turno eleitoral. Com isto, muitos estavam associando o bilhete com caráter político. A polícia descartou essa possibilidade. Enfim, no dia 08, não tivemos nenhuma ocorrência. A semana seguinte foi mais tranquila. E assim seguimos. Contudo, esse é mais um trauma na carreira para ser suportado, sem nenhum olhar de atenção e de cuidado das autoridades. Apenas acrescentamos outras ameaças (as demandas pedagógicas) e outros medos.
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