O Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 12 tem como finalidade garantir padrões de consumo e de produção sustentáveis, a partir da preservação de recursos naturais, redução do desperdício alimentar, redução de resíduos, entre outras medidas ligadas diretamente ao consumo consciente. Se interessou pelo tema? Vamos conhecer mais sobre o ODS 12 e observar quais atitudes podemos incluir em nosso dia-a-dia para alcançarmos esse objetivo!

Por Gabriela de Lucca, para o Instituto Aurora

Não podemos negar que vivemos em uma sociedade de consumo. A todo momento somos bombardeados com propagandas e ofertas de produtos que prometem se tornar indispensáveis para a nossa vida. A verdade é que o sistema econômico vigente precisa disso para sobreviver. Contudo, para sobrevivermos como humanidade, parte de um ecossistema maior, precisamos repensar esse modo tradicional de consumo.

Segundo Helio Mattar, diretor-presidente do Instituto Akatu, a humanidade está consumindo, por ano, 74% mais recursos naturais do que o planeta é capaz de regenerar. Segundo ele, isso significa que precisamos de 1,7 planeta para sustentar nossos atuais padrões de produção e consumo.

O Instituto Akatu alerta que a cada ano, perdemos 17 milhões de hectares de matas tropicais para abrir espaços, sobretudo, à pecuária e à agricultura, o que tem como consequência direta a emissão de gases que contribuem para o efeito estufa. Mas além do desmatamento direto, o consumo inconsciente tem outras faces, igualmente danosas ao meio ambiente, como o aumento significativo do desperdício, em especial de alimentos e da produção de lixo.

Pode-se imaginar que o desperdício de alimentos não deve ser tão grande a ponto de virar uma preocupação global, uma vez que o índice de pessoas que passam fome no mundo ainda é extremamente alto – cerca de 690 milhões de pessoas em 2019. Contudo, um estudo realizado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) revelou que cerca de 931 milhões de toneladas de alimentos, ou seja, 17% do total de alimentos disponíveis para os consumidores em 2019, foram para a cesta do lixo

Mas o que isso tem a ver com a questão ambiental? Segundo o PNUMA, o desperdício de alimentos está diretamente ligado ao efeito estufa, já que se estima que entre 8 a 10% das emissões globais de gases de efeito estufa estão associadas a alimentos que não são consumidos. Com efeito, grande parte desses alimentos são descartados de forma irregular, o que acarreta a contaminação dos lençóis freáticos pelo chorume; a emissão de metano e outros gases; a proliferação de animais, como mosquitos, ratos e baratas; e o aumento de doenças, como leptospirose, febre tifóide, infecções intestinais, dengue e zika, entre outras.

O Brasil, com mais de 200 milhões de habitantes, é um dos países que mais gera resíduos sólidos e que menos recicla. Estima-se que 6,3 milhões de toneladas de resíduos em geral (entre materiais orgânicos, resíduos recicláveis e rejeitos sólidos) são jogados no meio ambiente todos os anos de forma irregular em nosso país. E a tendência é que esse número cresça cerca de 50% até 2050.

Por isso, tendo em vista a magnitude do problema para a vida no planeta como um todo em razão do consumo inconsciente e todas as questões que o permeiam, a Organização das Nações Unidas incluiu como um dos seus Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) o consumo e produções sustentáveis, estabelecendo uma série de metas para que possamos, juntos, reduzir esses alarmantes índices e preservar nosso planeta para atender as necessidades do presente sem comprometer as gerações futuras. 

Sobre o ODS 12 e o consumo e produções sustentáveis

Cada um dos 17 ODS propostos na Agenda 2030 vem acompanhado de diversas metas, que, em conjunto, auxiliam no alcance do objetivo principal até 2030. Você pode entender melhor o que são estes objetivos em nosso texto “ODS: o que esta sigla significa e como ela impacta o mundo hoje”.

O ODS 12, conforme já explicado acima, diz respeito ao consumo e produções sustentáveis e, para alcançá-lo, foram elencadas 11 metas:

  • Implementar o Plano Decenal de Programas sobre Produção e Consumo Sustentáveis, com todos os países tomando medidas, e os países desenvolvidos assumindo a liderança, tendo em conta o desenvolvimento e as capacidades dos países em desenvolvimento;
  • Até 2030, alcançar a gestão sustentável e o uso eficiente dos recursos naturais;
  • Até 2030, reduzir pela metade o desperdício de alimentos per capita mundial, nos níveis de varejo e do consumidor, e reduzir as perdas de alimentos ao longo das cadeias de produção e abastecimento, incluindo as perdas pós-colheita;
  • Até 2020, alcançar o manejo ambientalmente saudável dos produtos químicos e todos os resíduos, ao longo de todo o ciclo de vida destes, de acordo com os marcos internacionais acordados, e reduzir significativamente a liberação destes para o ar, água e solo, para minimizar seus impactos negativos sobre a saúde humana e o meio ambiente;
  • Até 2030, reduzir substancialmente a geração de resíduos por meio da prevenção, redução, reciclagem e reuso;
  • Incentivar as empresas, especialmente as empresas grandes e transnacionais, a adotar práticas sustentáveis e a integrar informações de sustentabilidade em seu ciclo de relatórios;
  • Promover práticas de compras públicas sustentáveis, de acordo com as políticas e prioridades nacionais;
  • Até 2030, garantir que as pessoas, em todos os lugares, tenham informação relevante e conscientização para o desenvolvimento sustentável e estilos de vida em harmonia com a natureza;
  • Apoiar países em desenvolvimento a fortalecer suas capacidades científicas e tecnológicas para mudar para padrões mais sustentáveis de produção e consumo;
  • Desenvolver e implementar ferramentas para monitorar os impactos do desenvolvimento sustentável para o turismo sustentável, que gera empregos, promove a cultura e os produtos locais;
  • Racionalizar subsídios ineficientes aos combustíveis fósseis, que encorajam o consumo exagerado, eliminando as distorções de mercado, de acordo com as circunstâncias nacionais, inclusive por meio da reestruturação fiscal e a eliminação gradual desses subsídios prejudiciais, caso existam, para refletir os seus impactos ambientais, tendo plenamente em conta as necessidades específicas e condições dos países em desenvolvimento e minimizando os possíveis impactos adversos sobre o seu desenvolvimento de uma forma que proteja os pobres e as comunidades afetadas.

Embora o alcance dessas metas seja necessário para a preservação das futuras gerações e do meio ambiente como um todo, a verdade é que pouco evoluímos nesse aspecto desde 2015, quando a ONU propôs os ODS. Segundo a avaliação do Social Progress Index (SPI) de 2020, se mantidos os modelos atuais no mundo, não será possível alcançar o ODS 12 até 2082 (essa margem aumenta para 2092 se considerarmos as consequências da pandemia do novo Coronavírus).

Contudo, não podemos desanimar. Com a informação necessária podemos juntos fazer nossa parte por meio de atitudes simples, influenciando, assim, quem está ao nosso redor e as próximas gerações. 

ODS 12: atitudes que mudam o mundo

Segundo o Instituto Akatu, a Ypê, líder em produtos de limpeza e higiene, reduziu suas emissões de gases de efeito estufa em 50% entre 2017 e 2019, em razão do investimento de R$ 26,5 milhões em um sistema para a geração de calor a partir do uso de biomassa, um combustível renovável, na linha de produção de lava-roupas em pó.

Outro exemplo indicado pelo Instituto Akatu é o do Banco Santander, que anunciou a criação da sua rede Norte Amazônica, que vai atuar a partir do entendimento das oportunidades, demandas e desafios locais para fazer chegar crédito a empreendedores e negócios que compreendam o valor do desenvolvimento sustentável e da preservação da floresta Amazônica.

Esses são apenas dois exemplos, mas muitas empresas estão mudando seus paradigmas para se adequarem às demandas ambientais e até mesmo sociais. Isso porque, uma pesquisa feita em 2020 pelo Instituto Akatu em parceria com a GlobeScan revelou que mais de 70% dos consumidores entrevistados esperam que as empresas não agridam o meio ambiente, e  60% deles esperam que as empresas estabeleçam metas para tornar o mundo melhor

Mas não são só as empresas que precisam mudar, nós, de maneira individual, também precisamos mudar certos hábitos, em prol de um futuro melhor. Por isso, aqui vão 5 dicas simples para você:

  1. Ande de bicicleta com mais frequência; 
  2. Prefira transporte público;
  3. Compre de produtores locais;
  4. Reutilize a água da máquina de lavar roupas;
  5. Troque copos descartáveis por copo/caneca de vidro.

Contamos com você para essas pequenas mudanças que podem mudar o mundo. E você, pode contar com a gente para mais conteúdo e projetos voltados à educação em direitos humanos. 

Para conhecer melhor o nosso trabalho, é só acessar a seção Quem Somos e navegar nas páginas específicas de cada uma de nossas frentes! O Instituto Aurora está comprometido com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU, especialmente com o ODS 4, ODS 5, ODS 10 e ODS 16.

Algumas referências que usamos neste artigo:

Recicle suas ideias: gere menos resíduos e descarte-os de forma adequada

Folha da Região (SP): Como população pode mudar hábitos e reciclar mais

Compostagem: um hábito simples com grande impacto ambiental positivo

Pesquisa mostra que 76% não praticam consumo consciente no Brasil

Objetivo do Desenvolvimento Sustentável 12

12. Consumo e Produção Sustentáveis

Índice global do desperdício de alimentos da ONU estima em 121 quilos o desperdício de comida per capita anual

Índice de Desperdício de Alimentos 2021

Resíduos sólidos urbanos no Brasil: desafios tecnológicos, políticos e econômicos

Pontes ou muros: o que você têm construído?
Em um mundo de desconstrução, sejamos construtores. Essa ideia foi determinante para o surgimento do Instituto Aurora e por isso compartilhamos essa mensagem. Em uma mescla de história de vida e interação com o grupo, são apresentados os princípios da comunicação não-violenta e da possibilidade de sermos empáticos, culminando em um ato simbólico de uma construção coletiva.
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Quem é você na Década da Ação?
Sabemos que precisamos agir no presente para viver em um mundo melhor amanhã. Mas, afinal, o que é esse mundo melhor? É possível construí-lo? Quem fará isso? De forma dinâmica e interativa, os participantes serão instigados a pensar em seu sistema de crenças e a vivenciarem o conceito de justiça social. Cada pessoa poderá reconhecer suas potencialidades e assumir a sua autorresponsabilidade.
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A vitória é de quem?
Nessa palestra permeada pela visão de mundo delas, proporcionamos um espaço para dissipar o medo sobre palavras como: feminismo, empoderamento feminino e igualdade de gênero. Nosso objetivo é mostrar o quanto esses termos estão associados a grandes avanços que tivemos e ainda podemos ter - em um mundo em que todas as pessoas ganhem.
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Liberdade de pensamento: você tem?
As projeções para o século XXI apontam para o exponencial crescimento da inteligência artificial e da sua presença em nosso dia a dia. Você já se perguntou o que as máquinas têm aprendido sobre a humanidade e a vida em sociedade? E como isso volta para nós, impactando a forma como lemos o mundo? É tempo de discutir que tipo de dados têm servido de alimento para os robôs porque isso já tem influenciado o futuro que estamos construindo.
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Formações customizadas
Nossas formações abordam temas relacionados à compreensão de direitos humanos de forma interdisciplinar, aplicada ao dia a dia das pessoas - sejam elas de quaisquer áreas de atuação - e ajustadas às necessidades de quem opta por esse serviço.
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Consultoria em promoção de diversidade
Temos percebido um movimento positivo de criação de comitês de diversidade nas instituições. Com a consultoria, podemos traçar juntos a criação desses espaços de diálogo e definir estratégias de como fortalecer uma cultura de garantia de direitos humanos.
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Minha empresa quer doar

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    Depoimento de professora de Campo Largo
    Em 2022, nosso colégio foi ameaçado de massacre. Funcionárias acharam papel em que estava escrito o dia e a hora que seria o massacre (08/11 às 11h). Também tinha recado na porta interna dos banheiros feminino e masculino. Como gestoras, fizemos o boletim de ocorrência na delegacia e comunicamos o núcleo de educação. A partir desta ação, todos as outras foram coordenadas pela polícia e pelo núcleo. No ambiente escolar gerou um pânico. Alunos começaram a ter diariamente ataque de ansiedade e pânico. Muitos pais já não enviavam os filhos para o colégio. Outros pais da comunidade organizaram grupos paralelos no whatsapp, disseminado mais terror e sugestões de ações que nós deveríamos tomar. Recebemos esporadicamente a ronda da polícia, que adentrava no colégio e fazia uma caminhada e, em seguida, saía. Foram dias de horror. No dia da ameaça, a guarda municipal fez campana no portão de entrada e tivemos apenas 56 alunos durante os turnos da manhã e tarde. Somente um professor não compareceu por motivos psicológicos. Nenhum funcionário faltou. Destacamos que o bilhete foi encontrado no banheiro, na segunda-feira, dia 31 de outubro de 2022, após o segundo turno eleitoral. Com isto, muitos estavam associando o bilhete com caráter político. A polícia descartou essa possibilidade. Enfim, no dia 08, não tivemos nenhuma ocorrência. A semana seguinte foi mais tranquila. E assim seguimos. Contudo, esse é mais um trauma na carreira para ser suportado, sem nenhum olhar de atenção e de cuidado das autoridades. Apenas acrescentamos outras ameaças (as demandas pedagógicas) e outros medos.
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