Conheça o IPPDH, o Instituto de Políticas Públicas em Direitos Humanos do Mercosul, responsável pela investigação das políticas públicas em direitos humanos do bloco.

Por Maria Beatriz Dionísio, para o Instituto Aurora

(Foto: Reprodução / IPPDH)

O IPPDH – o Instituto de Políticas Públicas em Direitos Humanos do Mercosul é um organismo regional de direitos humanos. Vamos entender a sua importância e a participação do Brasil no instituto.

Tópicos deste artigo:

Publicado em 19/03/2025.

História do IPPDH

Criado em 2009 pelo Conselho do Mercado Comum (CMC), o IPPDH – Instituto de Políticas Públicas em Direitos Humanos do Mercosul é uma instância técnica de pesquisa no campo das políticas públicas em direitos humanos. O instituto atua como um setor de apoio da RAADH (Reunião de Altas Autoridades sobre Direitos Humanos do MERCOSUL), um fórum com países da região que debate sobre a integração de políticas de promoção de Direitos Humanos.

Você pode entender melhor a respeito dessa reunião no artigo “O que é a RAADH – Reunião de Altas Autoridades em Direitos Humanos do Mercosul” e aproveitar para conferir os destaques das últimas edições, em que o Instituto Aurora esteve presente.  

Foi durante a III RAADH, em 2006, que nasceu a proposta de ter um organismo regional de direitos humanos que trabalhasse com base na identidade e no desenvolvimento dos países do bloco, realizando atividades de educação, estágio, pesquisas acadêmicas e publicações. Três anos depois, o IPPDH teve sua formalização institucional e a ideia saiu do papel.

Principais funções do IPPDH

A atuação do IPPDH inclui:                  

  • Oferecer assistência técnica às autoridades e instituições de Direitos Humanos
  • Produzir estudos e investigações sobre temas a respeito da promoção e proteção dos direitos humanos
  • Promover o diálogo entre os Estados e as Organizações da Sociedade Civil
  • Apoiar a construção de mecanismos de participação social em políticas públicas regionais
  • Desenvolver propostas formativas, cursos e capacitações para agentes públicos
  • Criar conteúdo e campanhas regionais de sensibilização ao tema  
  • Promover uma cultura regional de Direitos Humanos

Alguns exemplos destaques de trabalhos desenvolvidos pelo instituto nessas frentes são:

  • Curso Internacional de Políticas Públicas em Direitos Humanos: Voltado para atores relevantes da região na atuação dos direitos humanos nas políticas públicas, o curso promove o intercâmbio entre funcionários do setor público, membros de organizações e movimentos sociais e acadêmicos para reflexão sobre os desafios, recursos e oportunidades no fortalecimento de instituições e políticas públicas na perspectiva dos direitos humanos.
  • Campanha de comunicação “Livres, Iguais e Felizes”: Campanha, realizada junto com a Comissão Permanente sobre Gênero e Direitos Humanos das Mulheres da RAADH, com o objetivo de visibilizar os direitos das mulheres reconhecidos pela Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres (CEDAW), com enfoque nos temas: igualdade e não-discriminação; participação política; mulheres rurais; educação e trabalho.
  • Programa de Apoio Cooperação Sul-Sul: Promove a cooperação técnica e financeira a países em desenvolvimento de outros blocos regionais com o objetivo de fortalecer a democracia, os direitos humanos e o desenvolvimento inclusivo.
  • Consultas Públicas: Encontros realizados semestralmente, de forma presencial e/ou virtual, com a organizações e movimentos sociais da região para compartilhar análises da situação atual, aprofundar temas importantes e construir propostas regionais de atuação.

Brasil no IPPDH

A participação do Brasil no IPPDH tem sido marcada por importantes alianças de cooperação entre instituições públicas e acadêmicas, dentre elas se destacam os acordos com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ), o Conselho Nacional de Direitos Humanos do Brasil (CNDH) e o Ministério de Gestão e Inovação em Serviços Públicos do Brasil.

O propósito desses acordos é promover a cooperação entre essas instâncias e o IPPDH na atuação em direitos humanos, seja capacitando ou formando funcionários e atores sociais, conduzindo pesquisas aplicadas e, por último, promovendo o diálogo e intercâmbio de experiências de boas práticas entre os atuantes da área, tanto do setor governamental, como da academia e sociedade civil. Além disso, em encontros com autoridades do instituto, importantes figuras governamentais do país reafirmam o compromisso em responder aos desafios atuais em diversas áreas: questões de gênero; memória, verdade e justiça; políticas públicas e interseccionalidade.

Importância do IPPDH

O IPPDH é um âmbito institucional do MERCOSUL que possui grande relevância na consolidação da identidade e no desenvolvimento da região, ao dar caminho para a construção de uma política alicerçada no respeito e na promoção dos direitos humanos. Além disso, a existência do IPPDH atesta a importância dos Estados em estruturarem e promoverem ações efetivas para organizarem sua atuação em prol dos Direitos Humanos, o que necessita da definição de políticas públicas governamentais com um enfoque nítido nos direitos, para o fortalecimento da democracia, direitos humanos e paz.

O trabalho de cooperação com diversas instâncias conduzido pelo IPPDH expressa a necessidade de atuar em conjunto na construção e visibilidade de políticas públicas em direitos humanos, seja através de suporte técnico, oferecendo recursos e ferramentas ou na produção e disseminação de conhecimento.

Conclusão

O Instituto de Políticas Públicas em Direitos Humanos (IPPDH) do Mercosul é um setor da RAADH fundamental para pensar em políticas públicas em direitos humanos que sejam sólidas e bem fundamentadas, a criação desta instância permitiu atribuir a seriedade e profundidade com que esses temas precisam ser tratados. E assim o instituto faz, através de diversas ações, como vimos neste artigo.           

Você já tinha escutado falar sobre o IPPDH anteriormente? O que achou sobre conhecer sua história e principais funções? Caso tenha interesse em explorar mais sobre o trabalho do IPPDH, acompanhe as redes de comunicação oficiais do instituto.

O Instituto Aurora atua na promoção e defesa da Educação em Direitos Humanos. Você pode ler outros artigos relacionados a esse tema em nosso blog.

Acompanhe o Instituto Aurora nas redes sociais: Instagram | Facebook | Linkedin | Youtube

Algumas referências que usamos neste artigo:

Gomides Júnior, Natanael. INSTITUTO DE POLÍTICAS PÚBLICAS EM DIREITOS HUMANOS DO MERCOSUL: UMA ANÁLISE DA INSTITUCIONALIZAÇÃO E AGENDA (2009-2018). Revista de Estudos Internacionais (REI), ISSN 2236-4811, Vol. 12 (1), 2021.

Site oficial do IPPDH

Pontes ou muros: o que você têm construído?
Em um mundo de desconstrução, sejamos construtores. Essa ideia foi determinante para o surgimento do Instituto Aurora e por isso compartilhamos essa mensagem. Em uma mescla de história de vida e interação com o grupo, são apresentados os princípios da comunicação não-violenta e da possibilidade de sermos empáticos, culminando em um ato simbólico de uma construção coletiva.
Pontes ou muros: o que você têm construído?
Em um mundo de desconstrução, sejamos construtores. Essa ideia foi determinante para o surgimento do Instituto Aurora e por isso compartilhamos essa mensagem. Em uma mescla de história de vida e interação com o grupo, são apresentados os princípios da comunicação não-violenta e da possibilidade de sermos empáticos, culminando em um ato simbólico de uma construção coletiva.
Quem é você na Década da Ação?
Sabemos que precisamos agir no presente para viver em um mundo melhor amanhã. Mas, afinal, o que é esse mundo melhor? É possível construí-lo? Quem fará isso? De forma dinâmica e interativa, os participantes serão instigados a pensar em seu sistema de crenças e a vivenciarem o conceito de justiça social. Cada pessoa poderá reconhecer suas potencialidades e assumir a sua autorresponsabilidade.
Quem é você na Década da Ação?
Sabemos que precisamos agir no presente para viver em um mundo melhor amanhã. Mas, afinal, o que é esse mundo melhor? É possível construí-lo? Quem fará isso? De forma dinâmica e interativa, os participantes serão instigados a pensar em seu sistema de crenças e a vivenciarem o conceito de justiça social. Cada pessoa poderá reconhecer suas potencialidades e assumir a sua autorresponsabilidade.
A vitória é de quem?
Nessa palestra permeada pela visão de mundo delas, proporcionamos um espaço para dissipar o medo sobre palavras como: feminismo, empoderamento feminino e igualdade de gênero. Nosso objetivo é mostrar o quanto esses termos estão associados a grandes avanços que tivemos e ainda podemos ter - em um mundo em que todas as pessoas ganhem.
A vitória é de quem?
Nessa palestra permeada pela visão de mundo delas, proporcionamos um espaço para dissipar o medo sobre palavras como: feminismo, empoderamento feminino e igualdade de gênero. Nosso objetivo é mostrar o quanto esses termos estão associados a grandes avanços que tivemos e ainda podemos ter - em um mundo em que todas as pessoas ganhem.
Liberdade de pensamento: você tem?
As projeções para o século XXI apontam para o exponencial crescimento da inteligência artificial e da sua presença em nosso dia a dia. Você já se perguntou o que as máquinas têm aprendido sobre a humanidade e a vida em sociedade? E como isso volta para nós, impactando a forma como lemos o mundo? É tempo de discutir que tipo de dados têm servido de alimento para os robôs porque isso já tem influenciado o futuro que estamos construindo.
Liberdade de pensamento: você tem?
As projeções para o século XXI apontam para o exponencial crescimento da inteligência artificial e da sua presença em nosso dia a dia. Você já se perguntou o que as máquinas têm aprendido sobre a humanidade e a vida em sociedade? E como isso volta para nós, impactando a forma como lemos o mundo? É tempo de discutir que tipo de dados têm servido de alimento para os robôs porque isso já tem influenciado o futuro que estamos construindo.
Formações customizadas
Nossas formações abordam temas relacionados à compreensão de direitos humanos de forma interdisciplinar, aplicada ao dia a dia das pessoas - sejam elas de quaisquer áreas de atuação - e ajustadas às necessidades de quem opta por esse serviço.
Formações customizadas
Nossas formações abordam temas relacionados à compreensão de direitos humanos de forma interdisciplinar, aplicada ao dia a dia das pessoas - sejam elas de quaisquer áreas de atuação - e ajustadas às necessidades de quem opta por esse serviço.
Consultoria em promoção de diversidade
Temos percebido um movimento positivo de criação de comitês de diversidade nas instituições. Com a consultoria, podemos traçar juntos a criação desses espaços de diálogo e definir estratégias de como fortalecer uma cultura de garantia de direitos humanos.
Consultoria em promoção de diversidade
Temos percebido um movimento positivo de criação de comitês de diversidade nas instituições. Com a consultoria, podemos traçar juntos a criação desses espaços de diálogo e definir estratégias de como fortalecer uma cultura de garantia de direitos humanos.
Minha empresa quer doar

    Minha empresa quer doar
    [caldera_form id="CF5f3eb06356163"]
    Depoimento de professora de Campo Largo
    Em 2022, nosso colégio foi ameaçado de massacre. Funcionárias acharam papel em que estava escrito o dia e a hora que seria o massacre (08/11 às 11h). Também tinha recado na porta interna dos banheiros feminino e masculino. Como gestoras, fizemos o boletim de ocorrência na delegacia e comunicamos o núcleo de educação. A partir desta ação, todos as outras foram coordenadas pela polícia e pelo núcleo. No ambiente escolar gerou um pânico. Alunos começaram a ter diariamente ataque de ansiedade e pânico. Muitos pais já não enviavam os filhos para o colégio. Outros pais da comunidade organizaram grupos paralelos no whatsapp, disseminado mais terror e sugestões de ações que nós deveríamos tomar. Recebemos esporadicamente a ronda da polícia, que adentrava no colégio e fazia uma caminhada e, em seguida, saía. Foram dias de horror. No dia da ameaça, a guarda municipal fez campana no portão de entrada e tivemos apenas 56 alunos durante os turnos da manhã e tarde. Somente um professor não compareceu por motivos psicológicos. Nenhum funcionário faltou. Destacamos que o bilhete foi encontrado no banheiro, na segunda-feira, dia 31 de outubro de 2022, após o segundo turno eleitoral. Com isto, muitos estavam associando o bilhete com caráter político. A polícia descartou essa possibilidade. Enfim, no dia 08, não tivemos nenhuma ocorrência. A semana seguinte foi mais tranquila. E assim seguimos. Contudo, esse é mais um trauma na carreira para ser suportado, sem nenhum olhar de atenção e de cuidado das autoridades. Apenas acrescentamos outras ameaças (as demandas pedagógicas) e outros medos.
    Depoimento de professora de Campo Largo
    Em 2022, nosso colégio foi ameaçado de massacre. Funcionárias acharam papel em que estava escrito o dia e a hora que seria o massacre (08/11 às 11h). Também tinha recado na porta interna dos banheiros feminino e masculino. Como gestoras, fizemos o boletim de ocorrência na delegacia e comunicamos o núcleo de educação. A partir desta ação, todos as outras foram coordenadas pela polícia e pelo núcleo. No ambiente escolar gerou um pânico. Alunos começaram a ter diariamente ataque de ansiedade e pânico. Muitos pais já não enviavam os filhos para o colégio. Outros pais da comunidade organizaram grupos paralelos no whatsapp, disseminado mais terror e sugestões de ações que nós deveríamos tomar. Recebemos esporadicamente a ronda da polícia, que adentrava no colégio e fazia uma caminhada e, em seguida, saía. Foram dias de horror. No dia da ameaça, a guarda municipal fez campana no portão de entrada e tivemos apenas 56 alunos durante os turnos da manhã e tarde. Somente um professor não compareceu por motivos psicológicos. Nenhum funcionário faltou. Destacamos que o bilhete foi encontrado no banheiro, na segunda-feira, dia 31 de outubro de 2022, após o segundo turno eleitoral. Com isto, muitos estavam associando o bilhete com caráter político. A polícia descartou essa possibilidade. Enfim, no dia 08, não tivemos nenhuma ocorrência. A semana seguinte foi mais tranquila. E assim seguimos. Contudo, esse é mais um trauma na carreira para ser suportado, sem nenhum olhar de atenção e de cuidado das autoridades. Apenas acrescentamos outras ameaças (as demandas pedagógicas) e outros medos.