Quer aumentar a diversidade das suas leituras e conhecer mais da literatura nacional? Neste artigo, indicamos diversos livros de escritoras negras brasileiras.
Por Mayumi Maciel, para o Instituto Aurora
(Foto: Luiz Dorabiato)
“Um defeito de cor”, de Ana Maria Gonçalves, foi inspiração para o desfile da Portela no carnaval de 2024. Com isso, houve um aumento no interesse pela obra e aproveitamos para indicar este e outros livros de escritoras negras brasileiras.
Publicado em 21/02/2024
Livros de escritoras negras brasileiras
“Um defeito de cor”, de Ana Maria Gonçalves
“Um defeito de cor”, de Ana Maria Gonçalves, é um romance histórico centrado em Kehinde, natural do Reino de Daomé (atual Benim) e que foi sequestrada e escravizada no Brasil. Depois de conseguir sua alforria, ela retorna ao país de origem. Mas, já idosa, decide voltar ao Brasil, na esperança de reencontrar o filho, de quem foi separada muitas décadas atrás. A personagem Kehinde é inspirada em Luisa Mahin, mãe do abolicionista Luiz Gama, e heroína da Revolta dos Malês.
“Quarto de despejo”, de Carolina Maria de Jesus
O livro, em narrativa de diário, foi escrito na década de 1950, quando Carolina morava na antiga favela do Canindé, em São Paulo. A autora descreve aquilo que fazia parte de seu cotidiano: a miséria, o descaso social, a fome. Aliás, a fome é um tema de constante preocupação, numa busca de sustento sem fim, para poder alimentar a si mesma e a seus filhos. Uma realidade descrita tantas décadas atrás e que, infelizmente, continua atual.
“Quem tem medo do feminismo negro?”, de Djamila Ribeiro
A obra apresenta um ensaio inédito da autora e uma seleção de artigos que foram publicados, em sua maioria, no blog da revista “Carta Capital”. Os textos falam de assuntos como interseccionalidade, intolerância religiosa, cotas raciais, liberdade de expressão versus discurso de ódio e reconhecimento de privilégios.
“Água de barrela”, de Eliana Alves Cruz
“Água de barrela”, de Eliana Alves Cruz, apresenta em seu início a comemoração do centenário de Damiana, em 1988. Com esse ponto de partida, vamos sabendo mais sobre a sua história, as gerações passadas e as gerações que vieram depois. Vamos conhecendo mais da história da família, principalmente das mulheres, contextualizada em fatos históricos.
“Heroínas negras brasileiras em 15 cordéis”, de Jarid Arraes
Jarid Arraes traz, por meio da literatura de cordel, um resgate de importantes mulheres negras da história do Brasil, que muitas vezes são esquecidas ou diminuídas. As homenageadas na obra são: Antonieta de Barros, Aqualtune, Carolina Maria de Jesus, Dandara dos Palmares, Esperança Garcia, Eva Maria do Bonsucesso, Laudelina de Campos Melo, Luísa Mahin, Maria Felipa, Maria Firmina dos Reis, Mariana Crioula, Na Agontimé, Tereza de Benguela, Tia Ciata e Zacimba Gaba.
“Só por hoje vou deixar o meu cabelo em paz”, de Cristiane Sobral
“Só por hoje vou deixar o meu cabelo em paz” é um livro de poesias de Cristiane Sobral, em que autora fala, principalmente, sobre a questão identitária da população negra. Alguns temas presentes nos poemas são a própria questão do cabelo, identificação individual e coletiva, ser mulher, racismo, relacionamentos e maternidade.
“Querem nos calar”, com organização de Mel Duarte
“Querem nos calar”, com organização de Mel Duarte, é uma antologia de poesias de 15 mulheres slammers de todo o Brasil. Os slams são batalhas de poesia falada, que chegaram ao país por meio de Roberta Estrela D’Alva, em 2008. A antologia passa por temas como machismo, racismo e desigualdade social.
“Olhos D’água”, de Conceição Evaristo
“Olhos D’água” é um livro de contos de Conceição Evaristo, que traz principalmente histórias de mulheres negras e periféricas no Brasil – mas alguns contos são protagonizados por crianças e homens negros. Em suas obras, Conceição Evaristo parte daquilo que ela nomeia como “escrevivência”, ou seja, a escrita baseada em suas vivências e nas vivências de seu povo.
A arte para educar em Direitos Humanos
No Instituto Aurora, a arte está constantemente presente em nossas atividades, contribuindo com a nossa missão de educar em Direitos Humanos. A literatura é uma constante em projetos e ações, como o Clube do Livro, realizado em 2019 e 2020, e em rodas de conversa / leitura, ajudando a sensibilizar sobre diferentes temas. Dessa forma, as pessoas participantes podem se identificar com o que está presente na obra e / ou conhecer realidades diferentes da sua.
Saiba mais sobre a nossa visão e como atuamos para a redução de desigualdades.
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