Conhecer artistas indígenas é parte do fortalecimento da nossa história, cultura e identidade, sobretudo da nossa trajetória que elabora nossa formação e quem somos hoje.
Por Vivianne Sousa, para o Instituto Aurora
Em busca de tentarmos romper uma comunicação colonialista, hegemônica e não democrática, apresentamos obras artísticas e artistas indígenas que vem rompendo preconceitos e ocupando a construção de uma cultura participativa, representativa e que compõem nossa história.
Esses autores e autoras, artistas e referências na arte e na cultura brasileira demonstram inúmeras formas de perceber os Brasis e suas manifestações culturais que desenham realidades e contam memórias.
Te convidamos a conhecer estes artistas, aprofundar o contato e divulgar com os amigos, conhecidos e familiares, com o intuito de ampliar o conhecimento e divulgar sua cultura.
Ailton Krenak
Inicialmente gostaríamos de apresentar o autor Ailton Krenak, um dos defensores dos direitos indígenas mais conhecidos em todo o Brasil. Nascido em Itabirinha, em Minas Gerais, em 1953, Ailton Krenak organizou a Aliança dos Povos da Floresta, que reúne comunidades ribeirinhas e indígenas na Amazônia, no final dos anos 1980. É comendador da Ordem de Mérito Cultural da Presidência da República e doutor honoris causa pela Universidade Federal de Juiz de Fora, em Minas Gerais. É autor de livros como “A vida não é útil”, “Ideias para Adiar o Fim do Mundo” e “O amanhã não está à venda”.
Brô Mc’s
Grupo indígena de rap, Brô Mc’s é um grupo de jovens indígenas das aldeias Bororó e Jaguapiru, no Mato Grosso do Sul. Kelvin Mbaretê, Bruno Veron, Clemersom Batista e Charlie Peixoto, integrantes do grupo, fazem parte das etnias Kaiowá e Guarani. Brô Mc’s foi criado em 2009, e sua letras misturam português e Guarani-Kaiowá, valorizando e visibilizando a cultura indígena em que estão inseridos, falando sobre temas como racismo, invasão de terras e destruição da natureza. O grupo vai se apresentar no Rock in Rio 2022, com o cantor Xamã.
Takumã Kuikuro
Takumã Kuikuro, é cineasta, membro da aldeia indígena Kuikuro, e atualmente vive na aldeia Ipatse, no Parque Indígena do Xingu. Dirigiu o documentário “As hiper mulheres” (2011), junto a Leonardo Sette e Carlos Fausto, disponível no Videocamp. Participou do projeto “Vídeo nas Aldeias”, do qual resultaram produções como “O dia em que a lua menstruou” e “Karioka”. Teve filmes premiados em festivais como os de Gramado e Brasília, e no Presence Autochtone de Terres em Vues, em Montréal. Também foi o primeiro jurado indígena do Festival de Cinema Brasileiro de Brasília, em 2019.
Daiara Tukano
Daiara Tukano é artista, ativista, educadora e comunicadora. Graduada em Artes Visuais e Mestre em direitos humanos pela Universidade de Brasília – UnB, ela pesquisa o direito à memória e à verdade dos povos indígenas. Também foi coordenadora primeira web-rádio indígena do Brasil, a Rádio Yandê. Recentemente, participou da 34ª Bienal de São Paulo – Faz escuro mas eu canto, recebeu o Prêmio PIPA Online 2021, e participou do documentário “Música é arma de luta” (2021).
Katú Mirim
Katú Mirim é uma rapper, cantora, compositora, atriz e ativista da causa indígena. Suas músicas abordam questões indígenas e ela também tem uma presença bastante marcante nas redes sociais. Em 2018, por exemplo, Katú lançou a tag #indionaoéfantasia, levantando a discussão sobre os estereótipos nas fantasias. Em 2019, lançou o coletivo Tibira, com foco em pessoas indígenas LGTBQ+.
Visibilidade indígena e ODS 10
O ODS 10, da Agenda 2030 da ONU, fala sobre redução de desigualdades. Mais especificamente, a meta 10.2 diz: “Até 2030, empoderar e promover a inclusão social, econômica e política de todos, independentemente da idade, gênero, deficiência, raça, etnia, origem, religião, condição econômica ou outra”.
Conhecer e valorizar a cultura indígena é uma forma de contribuirmos para o alcance desta meta, e para promovermos uma sociedade mais inclusiva.
Ainda sobre este tema, temos o artigo Como fazer um “Dia do Índio” educativo na escola?, que discute a importância de uma educação pautada na valorização dos povos indígenas e combatendo estereótipos. Sobretudo, fortalecendo a representatividade e identidade destes povos.
Aproveite também para ler outros artigos de conteúdo educativo em nosso blog.
Algumas referências que usamos neste artigo:
Ailton Krenak | Companhia das Letras
Brô Mc’s: Grupo indígena de rap e sua resistência | Revista Arte Brasileira