Em todo Brasil, pelo menos 35 pessoas já morreram em ataques desse tipo. Projeto de enfrentamento à radicalização de jovens indica que a Educação em direitos humanos é uma forma de prevenir esse tipo de violência.

O recente caso de um aluno de 13 anos que matou a facadas uma professora em São Paulo demonstra como a violência está presente no ambiente escolar. Um relatório que aborda ataques às escolas e alternativas para a ação governamental, apresentado ao Grupo Temático de Educação durante a transição do governo federal, informa que eventos de violência às escolas no Brasil começaram a ser registrados no início dos anos 2000. Até o ano passado, foram 16 ataques, com um total de 35 mortes, sendo que quatro eventos aconteceram no segundo semestre de 2022.

O aumento desses episódios têm mostrado relação com um processo de cooptação e radicalização de jovens à extrema direita. Segundo o coordenador de pesquisa e projetos do Instituto Aurora, André Bakker, a juventude brasileira, sobretudo de adolescentes e jovens adultos brancos, está exposta a ambientes online que, paulatinamente, promovem esse tipo de conduta. “Por radicalização, entendemos o processo de adesão ou cooptação de um indivíduo a ideias de caráter extremista, supremacista, misógino, xenofóbico, racista e antidemocrático. Em redes sociais, jogos e fóruns virtuais, essas pessoas compartilham ideias cada vez mais extremas, chegando ao ponto de reverenciar autores de ataques violentos”.

Para evitar que casos como esse se repitam, o Instituto Aurora está trabalhando para que o extremismo seja incluído na política pública de educação em direitos humanos e desenvolvendo formas de disseminar informação para educadoras e educadores.  A solução para este problema não é simples, mas deve ser vista como um processo permanente. “Enquanto a educação em direitos humanos (EDH) for negligenciada, teremos dificuldade de prevenir a violência nas escolas, pois quando se investigam esses casos notamos que a maioria está associada a traumas, bullying, preconceito e outras ofensas que acabam culminando em uma reação de extrema violência como é o caso de um ataque armado justamente em uma escola, que é o lugar que gostaríamos de enxergar a construção da cultura de paz e de valorização do ser humano”, comenta a diretora-executiva do Instituto Aurora, Michele Bravos.

Na tentativa de compreender a política pública de educação em direitos humanos no Brasil, o Instituto Aurora contactou, no ano de 2022, todos os estados brasileiros e obteve retorno de 22. Assim, foram realizadas 34 entrevistas, com pessoas em cargos de gestão no serviço público e outras designadas a acompanhar às áreas de: educação em direitos humanos; direitos humanos; e educação, dos respectivos estados. O levantamento mostra quais as principais temáticas de atuação da educação em direitos humanos, sendo que apenas um estado (RN) mencionou preocupação com a radicalização e disseminação de discursos de ódio entre jovens. Os temas mais citados foram direitos humanos, diversidade, educação étnico-racial, criança e adolescentes e LGBTQIA+.

Para a instituição, é fundamental que os cidadãos brasileiros sejam educados em direitos humanos, um tema ainda muito distorcido pelo senso comum. Reconhecer os direitos de todas as pessoas é a chave para trocas mais saudáveis. “A EDH é uma educação para uma cultura de direitos humanos, em que casos de violência possam ser prevenidos; e uma educação com direitos humanos, em que os estudantes têm chances de se desenvolver em suas potencialidades ao mesmo tempo que encontram segurança para dialogar frente a conflitos; e educação sobre direitos humanos, em que todos conhecem seus direitos e dos outros, apontando para uma noção de cidadania mais crítica e para relações interpessoais mais saudáveis”.

(Release enviado para a imprensa em 29/03/2023).

(Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

Pontes ou muros: o que você têm construído?
Em um mundo de desconstrução, sejamos construtores. Essa ideia foi determinante para o surgimento do Instituto Aurora e por isso compartilhamos essa mensagem. Em uma mescla de história de vida e interação com o grupo, são apresentados os princípios da comunicação não-violenta e da possibilidade de sermos empáticos, culminando em um ato simbólico de uma construção coletiva.
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Quem é você na Década da Ação?
Sabemos que precisamos agir no presente para viver em um mundo melhor amanhã. Mas, afinal, o que é esse mundo melhor? É possível construí-lo? Quem fará isso? De forma dinâmica e interativa, os participantes serão instigados a pensar em seu sistema de crenças e a vivenciarem o conceito de justiça social. Cada pessoa poderá reconhecer suas potencialidades e assumir a sua autorresponsabilidade.
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A vitória é de quem?
Nessa palestra permeada pela visão de mundo delas, proporcionamos um espaço para dissipar o medo sobre palavras como: feminismo, empoderamento feminino e igualdade de gênero. Nosso objetivo é mostrar o quanto esses termos estão associados a grandes avanços que tivemos e ainda podemos ter - em um mundo em que todas as pessoas ganhem.
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Liberdade de pensamento: você tem?
As projeções para o século XXI apontam para o exponencial crescimento da inteligência artificial e da sua presença em nosso dia a dia. Você já se perguntou o que as máquinas têm aprendido sobre a humanidade e a vida em sociedade? E como isso volta para nós, impactando a forma como lemos o mundo? É tempo de discutir que tipo de dados têm servido de alimento para os robôs porque isso já tem influenciado o futuro que estamos construindo.
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Formações customizadas
Nossas formações abordam temas relacionados à compreensão de direitos humanos de forma interdisciplinar, aplicada ao dia a dia das pessoas - sejam elas de quaisquer áreas de atuação - e ajustadas às necessidades de quem opta por esse serviço.
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Consultoria em promoção de diversidade
Temos percebido um movimento positivo de criação de comitês de diversidade nas instituições. Com a consultoria, podemos traçar juntos a criação desses espaços de diálogo e definir estratégias de como fortalecer uma cultura de garantia de direitos humanos.
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Minha empresa quer doar

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    Depoimento de professora de Campo Largo
    Em 2022, nosso colégio foi ameaçado de massacre. Funcionárias acharam papel em que estava escrito o dia e a hora que seria o massacre (08/11 às 11h). Também tinha recado na porta interna dos banheiros feminino e masculino. Como gestoras, fizemos o boletim de ocorrência na delegacia e comunicamos o núcleo de educação. A partir desta ação, todos as outras foram coordenadas pela polícia e pelo núcleo. No ambiente escolar gerou um pânico. Alunos começaram a ter diariamente ataque de ansiedade e pânico. Muitos pais já não enviavam os filhos para o colégio. Outros pais da comunidade organizaram grupos paralelos no whatsapp, disseminado mais terror e sugestões de ações que nós deveríamos tomar. Recebemos esporadicamente a ronda da polícia, que adentrava no colégio e fazia uma caminhada e, em seguida, saía. Foram dias de horror. No dia da ameaça, a guarda municipal fez campana no portão de entrada e tivemos apenas 56 alunos durante os turnos da manhã e tarde. Somente um professor não compareceu por motivos psicológicos. Nenhum funcionário faltou. Destacamos que o bilhete foi encontrado no banheiro, na segunda-feira, dia 31 de outubro de 2022, após o segundo turno eleitoral. Com isto, muitos estavam associando o bilhete com caráter político. A polícia descartou essa possibilidade. Enfim, no dia 08, não tivemos nenhuma ocorrência. A semana seguinte foi mais tranquila. E assim seguimos. Contudo, esse é mais um trauma na carreira para ser suportado, sem nenhum olhar de atenção e de cuidado das autoridades. Apenas acrescentamos outras ameaças (as demandas pedagógicas) e outros medos.
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