“Se Deus me chamar não vou”, de Mariana Salomão Carrara, foi a leitura coletiva organizada pelo Instituto Aurora no mês de outubro de 2021. A partir da obra pudemos refletir sobre questões de direitos humanos pelo ponto de vista de uma menina.

Por Mayumi Maciel, para o Instituto Aurora

“Se Deus me chamar não vou”, de Mariana Salomão Carrara, traz como narradora Maria Carmem, de onze anos. O livro começa com uma carta da menina, escrita para o Homem-Aranha, numa tarefa de escola.

A partir disso, Maria Carmem se sente motivada a escrever sobre o seu ano, num livro de sua autoria. Ela vai contando sobre sua família, a escola, a relação com o próprio corpo, e outras reflexões e divagações que surgem.

Atualizado em 27/06/2024. Publicado em 27/10/2021.

Infância, vida e morte

Logo nas primeiras páginas de “Se Deus me chamar não vou”, Maria Carmem diz:

“Minha professora falou que eu escrevo muito bem. Eu nem sabia que era possível escrever mal, pensava que ou se sabia escrever, ou não. Então ela me disse que um dia eu serei escritora, o que me deixou muito frustrada. Perguntei se isso queria dizer que eu não podia mais escrever até que eu fosse escritora. Ela ficou me olhando, no começo parecia distraída, depois pegou minha mão e, assim como se fosse uma de nós brincando de professora, falou, com grandes movimentos na boca, que muito pelo contrário, Maria Carmem! Que eu devia continuar praticando muito, muito mesmo, e só assim eu seria escritora.”

Essa passagem já traz, de início, algumas reflexões. Uma delas é sobre como, muitas vezes, não enxergamos a criança como um indivíduo e só projetamos para o futuro, com perguntas como “O que você quer ser quando crescer?”.

Também já conseguimos perceber como a personagem segue linhas de pensamento muito próprias, que aparecem com frequência na narrativa. Segundo a própria Maria Carmem, seus pais são donos de uma “loja de velhos”, que nada mais é do que uma loja que vende produtos como coletes ortopédicos, bolinhas de fisioterapia, bengalas, etc.

Talvez pelo convívio com pessoas idosas e pela permanência na loja, Maria Carmem reflete muito sobre a morte. Esse não é um assunto que necessariamente pensaríamos aparecer com frequência numa narrativa do ponto de vista de uma menina, mas que faz todo o sentido com as vivências e emoções que ela tem.

O que “Se Deus me chamar não vou” tem a ver com Direitos Humanos?

Com sua forma de observar o mundo, Maria Carmem toca em vários assuntos que se relacionam com Direitos Humanos. Questões de gênero, orientação sexual, cuidado com idosos, preconceitos.

Aqui, queremos dar destaque para dois pontos: o bullying e a relação com o próprio corpo.

Maria Carmem relata vários episódios de bullying / violência, sofridos em sua maioria por ela, e alguns com outras crianças. Essas violências estão relacionadas a diferentes preconceitos, como a gordofobia, homofobia, e violência de gênero.

Por ter, naquele ano, “descoberto que é gorda”, Maria Carmem chega a fazer uma dieta por uma semana, o que acaba não dando muito certo. No decorrer das páginas, ela constantemente se lembra de sua aparência, de ser “grande para a idade” e de como isso afeta a sua autoestima, imaginando, por exemplo, que nunca vai conseguir um namorado.

Essa relação com o próprio corpo faz com que ela tenha nojo e vergonha inclusive de suas funções fisiológicas, o que desencadeia em um episódio que afeta a sua própria saúde. E tudo isso acontece com uma menina que está na transição entre a infância e a adolescência.

As leituras coletivas promovidas pelo Instituto Aurora

Durante o ano de 2021, o Instituto Aurora promoveu um Clube de Assinatura, com o objetivo de captar recursos e entregar conteúdos exclusivos sobre direitos humanos para assinantes. “Se Deus me chamar, não vou” foi uma das leituras coletivas realizadas pelo Clube.

Quer conhecer outros projetos de Educação em Direitos Humanos do Instituto Aurora? Acesse a seção “Portfólio”.

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Pontes ou muros: o que você têm construído?
Em um mundo de desconstrução, sejamos construtores. Essa ideia foi determinante para o surgimento do Instituto Aurora e por isso compartilhamos essa mensagem. Em uma mescla de história de vida e interação com o grupo, são apresentados os princípios da comunicação não-violenta e da possibilidade de sermos empáticos, culminando em um ato simbólico de uma construção coletiva.
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Quem é você na Década da Ação?
Sabemos que precisamos agir no presente para viver em um mundo melhor amanhã. Mas, afinal, o que é esse mundo melhor? É possível construí-lo? Quem fará isso? De forma dinâmica e interativa, os participantes serão instigados a pensar em seu sistema de crenças e a vivenciarem o conceito de justiça social. Cada pessoa poderá reconhecer suas potencialidades e assumir a sua autorresponsabilidade.
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A vitória é de quem?
Nessa palestra permeada pela visão de mundo delas, proporcionamos um espaço para dissipar o medo sobre palavras como: feminismo, empoderamento feminino e igualdade de gênero. Nosso objetivo é mostrar o quanto esses termos estão associados a grandes avanços que tivemos e ainda podemos ter - em um mundo em que todas as pessoas ganhem.
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Liberdade de pensamento: você tem?
As projeções para o século XXI apontam para o exponencial crescimento da inteligência artificial e da sua presença em nosso dia a dia. Você já se perguntou o que as máquinas têm aprendido sobre a humanidade e a vida em sociedade? E como isso volta para nós, impactando a forma como lemos o mundo? É tempo de discutir que tipo de dados têm servido de alimento para os robôs porque isso já tem influenciado o futuro que estamos construindo.
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Formações customizadas
Nossas formações abordam temas relacionados à compreensão de direitos humanos de forma interdisciplinar, aplicada ao dia a dia das pessoas - sejam elas de quaisquer áreas de atuação - e ajustadas às necessidades de quem opta por esse serviço.
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Consultoria em promoção de diversidade
Temos percebido um movimento positivo de criação de comitês de diversidade nas instituições. Com a consultoria, podemos traçar juntos a criação desses espaços de diálogo e definir estratégias de como fortalecer uma cultura de garantia de direitos humanos.
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Minha empresa quer doar

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    Depoimento de professora de Campo Largo
    Em 2022, nosso colégio foi ameaçado de massacre. Funcionárias acharam papel em que estava escrito o dia e a hora que seria o massacre (08/11 às 11h). Também tinha recado na porta interna dos banheiros feminino e masculino. Como gestoras, fizemos o boletim de ocorrência na delegacia e comunicamos o núcleo de educação. A partir desta ação, todos as outras foram coordenadas pela polícia e pelo núcleo. No ambiente escolar gerou um pânico. Alunos começaram a ter diariamente ataque de ansiedade e pânico. Muitos pais já não enviavam os filhos para o colégio. Outros pais da comunidade organizaram grupos paralelos no whatsapp, disseminado mais terror e sugestões de ações que nós deveríamos tomar. Recebemos esporadicamente a ronda da polícia, que adentrava no colégio e fazia uma caminhada e, em seguida, saía. Foram dias de horror. No dia da ameaça, a guarda municipal fez campana no portão de entrada e tivemos apenas 56 alunos durante os turnos da manhã e tarde. Somente um professor não compareceu por motivos psicológicos. Nenhum funcionário faltou. Destacamos que o bilhete foi encontrado no banheiro, na segunda-feira, dia 31 de outubro de 2022, após o segundo turno eleitoral. Com isto, muitos estavam associando o bilhete com caráter político. A polícia descartou essa possibilidade. Enfim, no dia 08, não tivemos nenhuma ocorrência. A semana seguinte foi mais tranquila. E assim seguimos. Contudo, esse é mais um trauma na carreira para ser suportado, sem nenhum olhar de atenção e de cuidado das autoridades. Apenas acrescentamos outras ameaças (as demandas pedagógicas) e outros medos.
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    Aprendendo a ter conversas corajosas sobre direitos humanos
    Neste workshop, os colaboradores aprenderão princípios básicos da metodologia de Círculos de Diálogos, adaptada pelo Instituto Aurora para o contexto corporativo.
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    Construindo uma Cultura de Respeito e Inclusão
    Neste workshop, os colaboradores serão introduzidos a estratégias práticas para fortalecer a cultura organizacional com base nos direitos humanos. Utilizando metodologias interativas, como estudos de caso e dinâmicas reflexivas, exploraremos como criar um ambiente de trabalho mais inclusivo, alinhado a valores de respeito, equidade e diversidade.
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    Novas Lentes: ampliando percepções sobre relacionamentos interpessoais
    Neste workshop, os colaboradores serão convidados a desenvolver uma nova perspectiva sobre as relações no ambiente de trabalho. Por meio de dinâmicas interativas e da escuta de histórias pessoais, trabalharemos a empatia como ferramenta essencial para fortalecer vínculos, reduzir conflitos e construir um ambiente mais respeitoso.
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    Comunicação assertiva: primeiros passos
    Neste treinamento, utilizamos os princípios da Comunicação Não Violenta (CNV) para ensinar técnicas de diálogo claro, empático e respeitoso. Os colaboradores aprenderão a expressar suas necessidades de forma assertiva e a lidar com conflitos de maneira construtiva, promovendo relações mais saudáveis e produtivas.
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    Construindo confiança interpessoal
    Neste workshop, abordamos estratégias para criar um ambiente onde os colaboradores se sintam confortáveis para se expressar sem medo de julgamentos. Por meio de reflexões e práticas voltadas para a conexão genuína, os participantes aprenderão a fortalecer o senso de pertencimento e o engajamento dentro da equipe.
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    Diagnóstico da cultura de direitos humanos na empresa e dos riscos psicossociais associados aos direitos humanos
    O diagnóstico é essencial para a elaboração de um plano de ação eficaz e personalizado, permitindo a identificação de necessidades e otimização de recursos.
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    Elaboração da Política de Direitos Humanos
    Ter uma Política de Direitos Humanos bem estruturada e aprofundada é essencial para garantir que a empresa vá além do cumprimento normativo e realmente incorpore princípios em sua cultura organizacional. Uma política robusta não apenas orienta a tomada de decisões e define diretrizes para colaboradores, fornecedores e stakeholders, mas também fortalece a reputação da empresa e a protege contra riscos socioambientais e reputacionais.
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    Monitoramento e avaliação dos avanços
    O monitoramento e a avaliação servem para acompanhar a evolução do processo de consultoria, garantindo que as ações implementadas estejam alinhadas aos objetivos propostos e gerem impactos reais na cultura organizacional.
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