“Nas asas da Pan Am”, documentário autobiográfico de Silvio Tendler, aborda a vida do diretor, acontecimentos históricos e políticos que presenciou, e fala sobre memória.

Por Mayumi Maciel, para o Instituto Aurora.

“Nas asas da Pan Am” é um documentário autobiográfico de Silvio Tendler, lançado em 2020, na ocasião do aniversário de 70 anos do diretor. O longa aborda diversos momentos da vida do cineasta, no Brasil e em outros países, como Chile, França, Cuba, União Soviética e Alemanha Oriental.

Pan Am foi uma companhia aérea que existiu até 1991, e tinha rotas que operavam internacionalmente conectando cidades de todo o mundo. Silvio Tendler fala sobre ter visto um cartaz em que estava escrito: “União Soviética e Pan Am”. Comenta que ambas acabaram antes da virada do século, e isso acabou sendo a origem da ideia do documentário.

“Nas asas da Pan Am” é o filme de abertura da 13ª Mostra de Cinema e Direitos Humanos, que em 2024 tem o diretor como principal homenageado. O tema do ano é “Vencer o ódio, semear horizontes”.

Publicado em 03/04/2024.

Um breve resumo do documentário “Nas asas da Pan Am”

“Nas asas da PanAm” apresenta diversos materiais produzidos por Silvio Tendler ao longo de sua trajetória. Há muitas fotografias – sendo que ele iniciou sua carreira como fotógrafo -, além de entrevistas, depoimentos e registros em vídeo de caráter profissional ou pessoal.

Durante o longa, o diretor vai abordando momentos de sua vida e conectando com fatos históricos e políticos, de forma quase sempre linear. Sabemos um pouco da vida dos pais, dos avós, da infância e adolescência de Silvio Tendler. Seu envolvimento com o cinema começou com o Movimento Cineclubista, nos anos 1960.

O cineasta esteve em auto exílio nos anos 1970, no Chile. Depois disso, estudou cinema em Paris, esteve em Portugal, Cuba, União Soviética e na Alemanha durante a Guerra Fria.

“Nas asas da Pan Am” também mostra alguns bastidores de seu trabalho como documentarista, inclusive sobre um material perdido de uma entrevista com João Cândido, conhecido como o Almirante Negro. Em sua carreira, Silvio Tendler conta com mais de 70 filmes, entre eles os documentários de maior audiência do cinema brasileiro: “O Mundo Mágico dos Trapalhões”, com 1,3 milhão de espectadores, “Jango”, com 1 milhão, e “Os Anos JK”, com 800 mil.

Ao final do filme, Silvio Tendler faz, ainda, diversas homenagens: a amigos, às mulheres com as quais se relacionou e aos cineastas que lhe influenciaram e ajudaram em sua formação.

Memória pessoal, memória coletiva

A questão da memória aparece com bastante importância no documentário. O filme acaba sendo uma forma de preservar a memória da vida e obra do diretor, do que ele viveu profissionalmente e também em sua vida pessoal.

Em determinado ponto, o cineasta entrevista um neurocirurgião que diz que a memória constitui a nossa personalidade, o nosso “eu”. É a partir da memória do que vivemos que nos reconhecemos e nos identificamos em nossas individualidades.

Para além da questão da memória pessoal, de caráter individual, também podemos refletir, a partir do documentário, sobre a memória coletiva. Ao apresentar momentos históricos e políticos, seja do Brasil ou de outros países, o filme nos convida a relembrar o nosso passado – e a não esquecê-lo.

Em períodos como o que estamos vivendo, de crescimento de discursos autoritários e antidemocráticos, é preciso, enquanto sociedade, conservarmos a memória do passado. Para que esse passado não seja distorcido ou encarado de forma leviana, e para que os erros do passado não sejam repetidos.

Se a partir da memória pessoal nos identificamos enquanto indivíduos, a partir da memória coletiva podemos nos identificar enquanto sociedade – e, com isso, refletirmos de forma consciente sobre o futuro que desejamos construir.

Acompanhe o Instituto Aurora nas redes sociais: Instagram | Facebook | Linkedin | Youtube

Pontes ou muros: o que você têm construído?
Em um mundo de desconstrução, sejamos construtores. Essa ideia foi determinante para o surgimento do Instituto Aurora e por isso compartilhamos essa mensagem. Em uma mescla de história de vida e interação com o grupo, são apresentados os princípios da comunicação não-violenta e da possibilidade de sermos empáticos, culminando em um ato simbólico de uma construção coletiva.
Pontes ou muros: o que você têm construído?
Em um mundo de desconstrução, sejamos construtores. Essa ideia foi determinante para o surgimento do Instituto Aurora e por isso compartilhamos essa mensagem. Em uma mescla de história de vida e interação com o grupo, são apresentados os princípios da comunicação não-violenta e da possibilidade de sermos empáticos, culminando em um ato simbólico de uma construção coletiva.
Quem é você na Década da Ação?
Sabemos que precisamos agir no presente para viver em um mundo melhor amanhã. Mas, afinal, o que é esse mundo melhor? É possível construí-lo? Quem fará isso? De forma dinâmica e interativa, os participantes serão instigados a pensar em seu sistema de crenças e a vivenciarem o conceito de justiça social. Cada pessoa poderá reconhecer suas potencialidades e assumir a sua autorresponsabilidade.
Quem é você na Década da Ação?
Sabemos que precisamos agir no presente para viver em um mundo melhor amanhã. Mas, afinal, o que é esse mundo melhor? É possível construí-lo? Quem fará isso? De forma dinâmica e interativa, os participantes serão instigados a pensar em seu sistema de crenças e a vivenciarem o conceito de justiça social. Cada pessoa poderá reconhecer suas potencialidades e assumir a sua autorresponsabilidade.
A vitória é de quem?
Nessa palestra permeada pela visão de mundo delas, proporcionamos um espaço para dissipar o medo sobre palavras como: feminismo, empoderamento feminino e igualdade de gênero. Nosso objetivo é mostrar o quanto esses termos estão associados a grandes avanços que tivemos e ainda podemos ter - em um mundo em que todas as pessoas ganhem.
A vitória é de quem?
Nessa palestra permeada pela visão de mundo delas, proporcionamos um espaço para dissipar o medo sobre palavras como: feminismo, empoderamento feminino e igualdade de gênero. Nosso objetivo é mostrar o quanto esses termos estão associados a grandes avanços que tivemos e ainda podemos ter - em um mundo em que todas as pessoas ganhem.
Liberdade de pensamento: você tem?
As projeções para o século XXI apontam para o exponencial crescimento da inteligência artificial e da sua presença em nosso dia a dia. Você já se perguntou o que as máquinas têm aprendido sobre a humanidade e a vida em sociedade? E como isso volta para nós, impactando a forma como lemos o mundo? É tempo de discutir que tipo de dados têm servido de alimento para os robôs porque isso já tem influenciado o futuro que estamos construindo.
Liberdade de pensamento: você tem?
As projeções para o século XXI apontam para o exponencial crescimento da inteligência artificial e da sua presença em nosso dia a dia. Você já se perguntou o que as máquinas têm aprendido sobre a humanidade e a vida em sociedade? E como isso volta para nós, impactando a forma como lemos o mundo? É tempo de discutir que tipo de dados têm servido de alimento para os robôs porque isso já tem influenciado o futuro que estamos construindo.
Formações customizadas
Nossas formações abordam temas relacionados à compreensão de direitos humanos de forma interdisciplinar, aplicada ao dia a dia das pessoas - sejam elas de quaisquer áreas de atuação - e ajustadas às necessidades de quem opta por esse serviço.
Formações customizadas
Nossas formações abordam temas relacionados à compreensão de direitos humanos de forma interdisciplinar, aplicada ao dia a dia das pessoas - sejam elas de quaisquer áreas de atuação - e ajustadas às necessidades de quem opta por esse serviço.
Consultoria em promoção de diversidade
Temos percebido um movimento positivo de criação de comitês de diversidade nas instituições. Com a consultoria, podemos traçar juntos a criação desses espaços de diálogo e definir estratégias de como fortalecer uma cultura de garantia de direitos humanos.
Consultoria em promoção de diversidade
Temos percebido um movimento positivo de criação de comitês de diversidade nas instituições. Com a consultoria, podemos traçar juntos a criação desses espaços de diálogo e definir estratégias de como fortalecer uma cultura de garantia de direitos humanos.
Minha empresa quer doar

    Minha empresa quer doar
    [caldera_form id="CF5f3eb06356163"]
    Depoimento de professora de Campo Largo
    Em 2022, nosso colégio foi ameaçado de massacre. Funcionárias acharam papel em que estava escrito o dia e a hora que seria o massacre (08/11 às 11h). Também tinha recado na porta interna dos banheiros feminino e masculino. Como gestoras, fizemos o boletim de ocorrência na delegacia e comunicamos o núcleo de educação. A partir desta ação, todos as outras foram coordenadas pela polícia e pelo núcleo. No ambiente escolar gerou um pânico. Alunos começaram a ter diariamente ataque de ansiedade e pânico. Muitos pais já não enviavam os filhos para o colégio. Outros pais da comunidade organizaram grupos paralelos no whatsapp, disseminado mais terror e sugestões de ações que nós deveríamos tomar. Recebemos esporadicamente a ronda da polícia, que adentrava no colégio e fazia uma caminhada e, em seguida, saía. Foram dias de horror. No dia da ameaça, a guarda municipal fez campana no portão de entrada e tivemos apenas 56 alunos durante os turnos da manhã e tarde. Somente um professor não compareceu por motivos psicológicos. Nenhum funcionário faltou. Destacamos que o bilhete foi encontrado no banheiro, na segunda-feira, dia 31 de outubro de 2022, após o segundo turno eleitoral. Com isto, muitos estavam associando o bilhete com caráter político. A polícia descartou essa possibilidade. Enfim, no dia 08, não tivemos nenhuma ocorrência. A semana seguinte foi mais tranquila. E assim seguimos. Contudo, esse é mais um trauma na carreira para ser suportado, sem nenhum olhar de atenção e de cuidado das autoridades. Apenas acrescentamos outras ameaças (as demandas pedagógicas) e outros medos.
    Depoimento de professora de Campo Largo
    Em 2022, nosso colégio foi ameaçado de massacre. Funcionárias acharam papel em que estava escrito o dia e a hora que seria o massacre (08/11 às 11h). Também tinha recado na porta interna dos banheiros feminino e masculino. Como gestoras, fizemos o boletim de ocorrência na delegacia e comunicamos o núcleo de educação. A partir desta ação, todos as outras foram coordenadas pela polícia e pelo núcleo. No ambiente escolar gerou um pânico. Alunos começaram a ter diariamente ataque de ansiedade e pânico. Muitos pais já não enviavam os filhos para o colégio. Outros pais da comunidade organizaram grupos paralelos no whatsapp, disseminado mais terror e sugestões de ações que nós deveríamos tomar. Recebemos esporadicamente a ronda da polícia, que adentrava no colégio e fazia uma caminhada e, em seguida, saía. Foram dias de horror. No dia da ameaça, a guarda municipal fez campana no portão de entrada e tivemos apenas 56 alunos durante os turnos da manhã e tarde. Somente um professor não compareceu por motivos psicológicos. Nenhum funcionário faltou. Destacamos que o bilhete foi encontrado no banheiro, na segunda-feira, dia 31 de outubro de 2022, após o segundo turno eleitoral. Com isto, muitos estavam associando o bilhete com caráter político. A polícia descartou essa possibilidade. Enfim, no dia 08, não tivemos nenhuma ocorrência. A semana seguinte foi mais tranquila. E assim seguimos. Contudo, esse é mais um trauma na carreira para ser suportado, sem nenhum olhar de atenção e de cuidado das autoridades. Apenas acrescentamos outras ameaças (as demandas pedagógicas) e outros medos.