Ações com foco em Diversidade e Inclusão podem transformar a cultura das organizações e geram impacto para toda a sociedade

Por Ana Carolina Maoski, para o Instituto Aurora

(Foto: Fauxels / Pexels)

Diversidade e inclusão são dois conceitos que têm ganhado cada dia mais espaço no ambiente empresarial. Contudo, para que seja possível construir ambientes mais diversos e inclusivos, é essencial compreender o que se entende por esses termos. E também como é possível colocá-los em prática de forma eficaz seguindo princípios da educação em direitos humanos.

O Brasil é um país que possui diversidade na constituição demográfica da sua população. A obra “Operários” (1933) de Tarsila do Amaral nos dá a dimensão dessa pluralidade. (Imagem: Reprodução)

Nós já falamos por aqui sobre o que entendemos por cultura em direitos humanos. Mas vale retomarmos alguns pontos antes de falarmos especificamente sobre a cultura empresarial.

  1. Na nossa visão, a cultura pode ser entendida como “uma lente através da qual vemos o mundo”, de acordo com a colocação do antropólogo Roque Laraia.
  2. Nesse sentido, defendemos que uma cultura de direitos humanos significa não se conformar. Significa compreender que todos e todas temos necessidades básicas que devem ser atendidas, e que direitos não são privilégios.
  3. Para o Instituto Aurora, a educação em direitos humanos é um dos meios que permite a conscientização para os problemas sociais, revelando as desigualdades e reconhecendo as diferenças.

O que vamos abordar neste artigo:

Publicado em 14/04/2021.

O valor da Diversidade e Inclusão nas empresas

Apesar de estarem relacionadas, diversidade e inclusão possuem significados diferentes. A primeira está ligada à construção de ambientes plurais, em que há espaço para todos os perfis profissionais. Já a segunda, diz respeito às medidas práticas que permitem efetivamente a mudança da cultura de uma organização. Segundo um artigo da Harvard Business Review, “diversidade não se sustenta sem inclusão.

O conceito de diversidade também está ligado à ideia de equilíbrio: uma equipe diversa é aquela em há paridade no número de jovens, profissionais mais experientes, LBTQIA+, homens, mulheres, pessoas com deficiência, negros e negras. 

Um estudo de 2020 da McKinsey intitulado ‘Diversity Matters: América Latina’, indica que “empresas que adotam a diversidade são mais saudáveis, felizes e rentáveis”. A pesquisa colheu dados de cerca de 700 empresas de capital aberto em sete países da América Latina. 

Para se ter ideia da dimensão da questão, segundo o levantamento apenas 11% dos executivos de empresas latino-americanas são mulheres. E mais da metade das empresas consultadas não possuem mulheres em cargos executivos. Esse dado nos mostra o quão distante ainda estamos de alcançarmos a equidade nas organizações. 

Contudo, os resultados do estudo nos ajudam a refletir sobre os efeitos positivos da adoção de uma cultura empresarial baseada em direitos humanos e valores como diversidade e inclusão. Confira:

  • Funcionários de empresas percebidas como comprometidas com a diversidade tem 11% mais probabilidade de relatar que podem “ser quem são” no trabalho, o que provavelmente os estimula a participar e contribuir;
  • Eles também apresentaram probabilidade 80% maior de concordar que seus líderes promovem confiança e diálogo aberto, e probabilidade 73% maior de relatar uma cultura de liderança em prol do trabalho em equipe;
  • Nessas empresas, 63% dos funcionários indicam que estão felizes no trabalho, em comparação com apenas 31% das empresas que não são percebidas como comprometidas com a diversidade;
  • Por fim, na América Latina, as empresas com equipes executivas diversificadas em termos de gênero têm 14% mais probabilidade de superar a performance de seus pares na indústria. I Fonte: “Diversity Matters: América Latina” – McKinsey, 2020.

Quando falamos em inclusão, precisamos ter consciência de que ela está associada à mudança de mentalidade e a adoção de comportamentos baseados em uma cultura de direitos humanos.

De que forma a educação em direitos humanos pode fortalecer essa causa?

A educação em direitos humanos pode e deve ser uma aliada das políticas organizacionais de D&I. Segundo o estudo da McKinsey, diferentes medidas podem ser adotadas na promoção desses valores:

Garantir a representação de talentos diversificados; fortalecer a liderança e a responsabilização; viabilizar a igualdade e a equidade de oportunidades; promover um senso de pertencimento em relação ao trabalho e promover a abertura e o combate a micro agressões”.

Na prática, a formação de comitês de diversidade é uma das ações de inclusão voltadas para a diversidade que podem beneficiar organizações internamente. Esses comitês permitem a criação e implementação de ações de diversidade, bem como o monitoramento do ambiente de trabalho no que diz respeito à inclusão. Em qualquer cenário, o compromisso com a valorização dos direitos humanos é o primeiro passo para a transformação e a construção de espaços seguros, diversos e inclusivos.

Você conhece os serviços especializados do Instituto Aurora? Nós promovemos eventos, cursos e ações educativas voltados para a promoção dos direitos humanos, também em ambiente corporativo. Para saber mais sobre este e outros assuntos relacionados ao tema continue navegando em nosso blog!

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Algumas referências que usamos nesse texto:

Dossiê BrandLab – A busca por diversidade no Brasil. Disponível em: <https://www.thinkwithgoogle.com/intl/pt-br/futuro-do-marketing/gestao-e-cultura-organizacional/diversidade-e-inclusao/dossie-brandlab-diversidade/>. Acesso em: 14 de março de 2021.

Diversity Matters: América Latina. Disponível em: <https://www.mckinsey.com/br/our-insights/diversity-matters-america-latina>. Acesso em: 18 de março de 2021.

Diversity Doesn’t Stick Without Inclusion. Disponível em: <https://hbr.org/2017/02/diversity-doesnt-stick-without-inclusion>. Acesso em: 18 de março de 2021.

Entenda a diferença entre diversidade e inclusão nas empresas. Disponível em: <https://exame.com/carreira/entenda-a-diferenca-entre-diversidade-e-inclusao-nas-empresas/>. Acesso em: 15 de março de 2021.

Pontes ou muros: o que você têm construído?
Em um mundo de desconstrução, sejamos construtores. Essa ideia foi determinante para o surgimento do Instituto Aurora e por isso compartilhamos essa mensagem. Em uma mescla de história de vida e interação com o grupo, são apresentados os princípios da comunicação não-violenta e da possibilidade de sermos empáticos, culminando em um ato simbólico de uma construção coletiva.
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Quem é você na Década da Ação?
Sabemos que precisamos agir no presente para viver em um mundo melhor amanhã. Mas, afinal, o que é esse mundo melhor? É possível construí-lo? Quem fará isso? De forma dinâmica e interativa, os participantes serão instigados a pensar em seu sistema de crenças e a vivenciarem o conceito de justiça social. Cada pessoa poderá reconhecer suas potencialidades e assumir a sua autorresponsabilidade.
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A vitória é de quem?
Nessa palestra permeada pela visão de mundo delas, proporcionamos um espaço para dissipar o medo sobre palavras como: feminismo, empoderamento feminino e igualdade de gênero. Nosso objetivo é mostrar o quanto esses termos estão associados a grandes avanços que tivemos e ainda podemos ter - em um mundo em que todas as pessoas ganhem.
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Liberdade de pensamento: você tem?
As projeções para o século XXI apontam para o exponencial crescimento da inteligência artificial e da sua presença em nosso dia a dia. Você já se perguntou o que as máquinas têm aprendido sobre a humanidade e a vida em sociedade? E como isso volta para nós, impactando a forma como lemos o mundo? É tempo de discutir que tipo de dados têm servido de alimento para os robôs porque isso já tem influenciado o futuro que estamos construindo.
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Formações customizadas
Nossas formações abordam temas relacionados à compreensão de direitos humanos de forma interdisciplinar, aplicada ao dia a dia das pessoas - sejam elas de quaisquer áreas de atuação - e ajustadas às necessidades de quem opta por esse serviço.
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Consultoria em promoção de diversidade
Temos percebido um movimento positivo de criação de comitês de diversidade nas instituições. Com a consultoria, podemos traçar juntos a criação desses espaços de diálogo e definir estratégias de como fortalecer uma cultura de garantia de direitos humanos.
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Minha empresa quer doar

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    Depoimento de professora de Campo Largo
    Em 2022, nosso colégio foi ameaçado de massacre. Funcionárias acharam papel em que estava escrito o dia e a hora que seria o massacre (08/11 às 11h). Também tinha recado na porta interna dos banheiros feminino e masculino. Como gestoras, fizemos o boletim de ocorrência na delegacia e comunicamos o núcleo de educação. A partir desta ação, todos as outras foram coordenadas pela polícia e pelo núcleo. No ambiente escolar gerou um pânico. Alunos começaram a ter diariamente ataque de ansiedade e pânico. Muitos pais já não enviavam os filhos para o colégio. Outros pais da comunidade organizaram grupos paralelos no whatsapp, disseminado mais terror e sugestões de ações que nós deveríamos tomar. Recebemos esporadicamente a ronda da polícia, que adentrava no colégio e fazia uma caminhada e, em seguida, saía. Foram dias de horror. No dia da ameaça, a guarda municipal fez campana no portão de entrada e tivemos apenas 56 alunos durante os turnos da manhã e tarde. Somente um professor não compareceu por motivos psicológicos. Nenhum funcionário faltou. Destacamos que o bilhete foi encontrado no banheiro, na segunda-feira, dia 31 de outubro de 2022, após o segundo turno eleitoral. Com isto, muitos estavam associando o bilhete com caráter político. A polícia descartou essa possibilidade. Enfim, no dia 08, não tivemos nenhuma ocorrência. A semana seguinte foi mais tranquila. E assim seguimos. Contudo, esse é mais um trauma na carreira para ser suportado, sem nenhum olhar de atenção e de cuidado das autoridades. Apenas acrescentamos outras ameaças (as demandas pedagógicas) e outros medos.
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