Em menção ao Dia do Orgulho LGBT, apresentamos uma lista de livros para conhecer autores LGBT brasileiros, ampliar seu repertório e usar a arte para educar em direitos humanos.
Por Mayumi Maciel, para o Instituto Aurora
(Foto: Jessica Ruscello / Unsplash)
O mês de junho é mês do orgulho LGBTQIA+, marcado por eventos que buscam maior visibilidade para esse grupo, e conscientização sobre o tema.
Aqui no Instituto Aurora, nós acreditamos na arte como uma forma de educar em Direitos Humanos, inclusive de um ponto de vista afetivo. Ou seja, que além de compreender o que são os direitos humanos, as pessoas possam sentir a importância em suas vidas e defendê-los.
Pensando nisso, montamos uma lista com algumas sugestões de livros para conhecer autores e autoras LGBT brasileiros/as. Boa leitura!
Publicado em 26/06/2024.
Livros de autores LGBT brasileiros
“A extinção das abelhas”, de Natália Borges Polesso
“A extinção das abelhas” é o segundo romance da autora Natália Borges Polesso, que apresenta um futuro próximo em um Brasil em colapso. Além da morte das abelhas, anunciada no título, há outros problemas sociais e ambientais: a falta de trabalho e de segurança, a escassez alimentar, os ataques a grupos minorizados. A protagonista, Regina, vai encontrando formas de viver e sobreviver nesse cenário, quase sempre na companhia de outras mulheres, como as vizinhas Eugênia e Denise, e a filha delas, Aline.
“Canções de atormentar”, de Angélica Freitas
“Canções de atormentar” é o terceiro livro de poesias de Angélica Freitas, reunindo textos escritos desde 2008 e poemas inéditos. Os temas são variados, passando por questões como machismo, migrações, injustiça, política, família. Há ainda uma homenagem à também poeta Ana C., que inspirou Angélica (e tantas outras mulheres): “[…]mas foi assim que aconteceu em 89 / e eu larguei os estudos de eletrônica / porque até ana c. eu não sabia que se podia / escrever assim e eu queria escrever —”.
“Devassos no Paraíso”, de João Silvério Trevisan
João Silvério Trevisan tem uma extensa produção de contos, ensaios, romances, roteiros, peças… Uma de suas obras é “Devassos no Paraíso – a homossexualidade no Brasil, da Colônia à atualidade”, um estudo pioneiro sobre o tema, publicado pela primeira vez em 1986. O livro ganhou uma edição revista e atualizada em 2018, com novos capítulos e atualizações sobre as lutas e direitos conquistados pela população LGBT.
“Entre os morros de Mandioquinha”, de Narú Narizinho
Narú Narizinho se descreve como queerçara (caiçara queer). No livro “Entre os morros de Mandioquinha”, a protagonista Charlotte começa a receber visitas de uma estranha silhueta, que fala sobre acontecimentos de sua vida e que ela é personagem de um livro fictício. Além da própria questão da metalinguagem, a obra aborda assuntos como LGBTfobia, racismo e morte.
“Guardei no armário”, de Samuel Gomes
Em “Guardei no armário”, Samuel Gomes compartilha a sua vivência como um jovem que cresceu na periferia e que, aos poucos, foi se entendendo como homem negro e gay. Além de sua história pessoal, Samuel Gomes apresenta entrevistas com outras pessoas LGBTQIA+, trazendo, assim, uma diversidade de vivências. As histórias têm seus pontos em comum, mas também demonstram como cada experiência de vida é única.
“Pigmento”, de Aline Zouvi
“Pigmento” é a primeira graphic novel de Aline Zouvi, que já publicou outras histórias curtas em quadrinhos. A protagonista é Clarice, uma tatuadora que não consegue se tatuar e que conhece Lívia, uma restauradora de livros, com quem se relaciona. A própria autora comenta que quis escrever uma história que gostaria de ler, com um final feliz para pessoas LGBT.
“Tybyra, uma tragédia indígena brasileira”, de Juão Nyn
“TYBYRA : Uma Tragédia Indígena Brasileira”, de Juão Nyn apresenta Tybyra, indígena Tupinambá, em um monólogo. A obra faz resgate de um caso real que aconteceu no Brasil, de um indígena que foi condenado por “sodomia” e executado por soldados franceses. A morte deste indígena foi registrada em “Viagem ao Norte do Brasil feita nos anos de 1613 a 1614”, do frade francês Yves Devreux.
“Um Exu em Nova York”, de Cidinha da Silva
“Um Exu em Nova York” é um livro de contos de Cidinha da Silva que trata de diversos assuntos, como racismo religioso, vivências da população negra e da população LGBT, política e perda de direitos. Além de escritora, Cidinha é editora na Kuanza Produções e tem diversos livros publicados, de diferentes gêneros, como crônica, conto, ensaio, dramaturgia e infanto-juvenil. Ela também é organizadora de obras de não-ficção.
“Vidas trans”, de Amara Moira, João W. Nery, Márcia Rocha e Tarso Brant
“Vidas trans: A luta de transgêneros brasileiros em busca de seu espaço social” traz relatos de quatro pessoas trans: Amara Moira, João W. Nery, Márcia Rocha e Tarso Brant. Alguns temas que surgem são o da sensação de inadequação, a descoberta da própria identidade, os preconceitos sofridos, luta e militância.
Arte para educar em direitos humanos
Como mencionamos no começo do artigo, no Instituto Aurora, a arte está presente em muitas de nossas atividades, contribuindo com o objetivo de educar em Direitos Humanos. A literatura é uma das possibilidades que usamos em projetos e ações, auxiliando a sensibilizar sobre diferentes temas e permitindo reflexões.
Saiba mais sobre a nossa visão e como atuamos para a redução de desigualdades.
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