Há várias obras cinematográficas que tratam sobre a educação; documentários, filmes baseados em fatos reais ou ficções, que nos transportam para contextos diversos, trazendo à tona debates que nos ajudam a compreender os desafios que ainda temos de superar e também novas possibilidades de aprendizagem. Neste artigo, apresentaremos seis filmes de países diversos que exploram este tema de forma admirável, cada um com a sua singularidade.
Por Natália Rocha, para o Instituto Aurora.
(Foto: Barbara Vanzo)
A educação é um dos pilares fundamentais para o desenvolvimento humano e social. Mas mais do que simplesmente transmitir conhecimentos técnicos ou curriculares, qualquer espaço que se diz educar precisa ser um ambiente de transformação, diálogo e de construção de cidadania.
Quando falamos em educação em direitos humanos, isso se torna ainda mais relevante, uma vez que pensamos ser essencial ensinarmos valores como respeito, igualdade, liberdade e solidariedade. É por meio desta educação que indivíduos se tornam verdadeiros agentes de mudança em suas comunidades, promovendo uma convivência mais justa e digna para todos.
Pensando que a arte pode ser um caminho para abordarmos diversos temas, apresentamos aqui seis filmes sobre educação que ajudam a despertar reflexões.
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Publicado em 22/01/2025.
Filmes sobre educação

Escritores da liberdade
Direção: Richard LaGravenesse.
País de origem: Estados Unidos.
Onde assistir: HBO Max.
Baseado em uma incrível história real, “Escritores da Liberdade” é um filme que nos apresenta Erin Gruwell, uma jovem professora que inicia a sua carreira em uma escola de periferia marcada pela violência e pela rivalidade entre vários grupos étnicos.
Enfrentando a resistência dos próprios alunos e também dos outros professores, ela utiliza a literatura e a escrita como ferramentas para que estudantes adquiram empatia, compartilhem as suas próprias histórias de vida e superem os preconceitos que sentem uns pelos outros.
Este filme nos lembra do poder da educação quando se há compreensão e dedicação, e nos mostra como um ambiente escolar inclusivo pode romper ciclos de violência e exclusão social.
Erin Grwell precisou sair do papel de educadora padrão, de única transmissora do conhecimento, para realmente se conectar e também aprender com as histórias de seus alunos, e, assim, transformar suas vidas como eles também transformaram a dela.

O menino que descobriu o vento
Direção: Chiwetel Ejiofor.
País de origem: Malauí e Reino Unido.
Onde assistir: Netflix.
Este é mais um filme baseado em uma emocionante história real, mas que agora nos leva até uma pequena vila no Malauí, onde William Kamkwamba, um garoto de apenas 13 anos, usa os conhecimentos que adquiriu em livros para tentar construir um moinho de vento e salvar a sua comunidade da fome.
A direção cuidadosa desta obra destaca as desigualdades enfrentadas por essas comunidades, ao mesmo tempo em que celebra a força do aprendizado e da inovação como instrumentos de mudança. É um testemunho de como a educação pode despertar a resiliência e a criatividade em todos e todas nós.

A onda
Direção: Dennis Gansel.
País de origem: Alemanha.
Onde assistir: Amazon Prime Video.
Em “A onda”, um professor decide ensinar aos seus alunos de maneira prática como funcionam os regimes totalitários. Baseado em um evento real que ocorreu nos Estados Unidos na década de 1960, ele nos mostra como é fácil manipular grupos e criar uma ideologia autoritária.
Mais do que um alerta sobre os perigos do poder, este filme também provoca uma reflexão sobre qual é o papel da educação na formação de cidadãos críticos e conscientes, além de servir como um exemplo sobre a necessidade de pensarmos em uma educação em direitos humanos voltada a prevenir desigualdades e autoritarismos.

A educação proibida
Direção: Germán Doin Campos.
País de origem: Argentina.
Onde assistir: Youtube.
Enquanto “A onda” nos alerta sobre os riscos do autoritarismo, “A educação proibida” é um documentário que nos convida a imaginar alternativas ao sistema educacional tradicional.
Por meio de entrevistas com educadores de diferentes partes do mundo, “A educação proibida” apresenta metodologias alternativas que colocam estudantes como protagonistas do aprendizado. Entre as propostas estão as escolas democráticas, pedagogias libertadoras e abordagens que se baseiam na afetividade e na não-competição entre os alunos e alunas.
É um manifesto pela transformação da educação que ressalta a necessidade de uma formação que valoriza a criatividade, o diálogo e a autonomia de estudantes.

A caminho da escola
Direção: Pascal Plisson.
País de origem: França.
Onde assistir: Apple TV.
Este documentário acompanha a jornada de crianças em diferentes partes do mundo para chegar à escola. Os desafios que elas enfrentam – longas caminhadas, terrenos perigosos e condições climáticas adversas – nos mostram como a educação é valorizada por aqueles que a têm como a única esperança de um futuro melhor, e reforçam a sua importância universal.

Quando sinto que já sei
Direção: Antônio Sagrado Lovato, Raul Perez e André Gravatá.
País de origem: Brasil.
Onde assistir: Taturana Mobilização Social e Youtube.
Nós já falamos sobre este documentário em outro artigo, em que trouxemos indicações de filmes sobre os direitos humanos, mas vale relembrar.
“Quando sinto que já sei” nos apresenta iniciativas educacionais inovadoras pelo nosso país. Ele questiona o sistema tradicional e destaca como projetos alternativos, que são baseados na cooperação, criatividade e autonomia, têm transformado as relações entre alunos e professores, nos mostrando que a mudança é possível e inspirando educadores, pais e gestores a repensarem o papel da escola na formação de nossas crianças. É uma obra essencial para quem busca compreender as potencialidades da educação no Brasil.
A arte pode educar?
Com “Quando sinto que já sei”, percebemos que a inovação é possível até nas escolas mais tradicionais. Isso nos leva a questionar: “qual é o papel da educação?” e se a arte pode ajudar a educar.
Nós, do Instituto Aurora, acreditamos que a arte é uma poderosa aliada da educação.
Por meio do cinema, podemos ser transportados para diferentes realidades, sensibilizados por histórias que ampliam o nosso olhar sobre o mundo e fortalecem a nossa capacidade de identificação e empatia.
Filmes como os que trouxemos aqui não apenas informam, mas também inspiram e despertam reflexões e debates que vão além da sala de aula.
Quando associada à educação em direitos humanos, a arte tem um papel ainda mais significativo: ela ajuda a construir narrativas que promovem valores essenciais, como o respeito à diversidade e justiça social, e a quebrar preconceitos que, muitas vezes, limitam o nosso entendimento sobre a figura do “outro”. Cada história, assim como um livro, se torna uma ferramenta de aprendizado capaz de transformar indivíduos e comunidades.
Estes filmes nos lembram que a aprendizagem pode ser um caminho para a liberdade, a igualdade e a esperança. Afinal, como diz Paulo Freire, um dos maiores educadores brasileiros: “A educação não transforma o mundo. Educação muda as pessoas. Pessoas transformam o mundo”.
O Instituto Aurora atua na promoção e defesa da Educação em Direitos Humanos. Conheça a nossa visão sobre Educação Plural.
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