O Instituto Aurora existe pela ação de várias pessoas e organizações, a partir de uma rede que acredita na nossa missão e se dedica a conhecer e participar das nossas ações. Por isso, hoje, dando continuidade a série de reportagens sobre as pessoas que constroem o Aurora, queremos te contar sobre a Daniela Ferreira, participante de projetos do instituto e articuladora de parceria institucional entre o Aurora e o Colégio Internacional de Curitiba, onde trabalha como psicóloga.

Há cerca de três anos, Daniela teve seu primeiro contato com a gente, lá na Praça Generoso Marques, durante a exibição do documentário Chega de Fiu Fiu. Na época, a Daniela estava iniciando um projeto de empoderamento feminino na escola em que trabalha. Como era o início, estava com gás para aproveitar ao máximo oportunidades sobre esse tema.

Quando ela conheceu o Instituto Aurora pela primeira vez, ela ainda não fazia ideia da dimensão e de todas as oportunidades que o Instituto já oferecia na época e que ainda iria desenvolver. Com seu olhar muito voltado às questões sobre o empoderamento feminino, Daniela havia assimilado que o Aurora era também sobre isso e resolveu pesquisar.

Deu match!

Ela descobriu que o Instituto tinha uma dimensão maior do que esperava, com o empoderamento feminino como uma de suas frentes, mas não a única, e tudo foi se encaixando:

“Meu envolvimento com o Instituto Aurora me ajudou a encaixar as pecinhas. De o que é a igualdade de gênero dentro da visão mais ampla dos direitos humanos, porque isso se encaixa ali, por que é importante colocar isso dentro dos direitos humanos e como isso se liga com o racismo e outras questões que fazem parte disso. O Aurora me ajudou a entender isso.”

Publicado em 27/11/2020.

Participação ativa

A Daniela parece aquele tipo de pessoa que aproveita as oportunidades quando aparecem, sabe? Ela procurou o Aurora focada no projeto sobre empoderamento feminino, mas também encontrou nas ações do Instituto oportunidades para estimular seu próprio desenvolvimento. Como sua participação no Clube do Livro, que Daniela narra como uma experiência prazerosa.

Embora a psicóloga não se sinta uma leitora assídua, seu desejo de ser esse tipo de leitora e a oportunidade de ter um grupo de leitura para um momento de troca foram estimulantes para manter o hábito – uma tarefa difícil para ela. “Então pra mim é um super estímulo: você quer ter lido o livro e quer ter lido com atenção. Escutar as diferentes perspectivas, em todos os encontros eu saio com: “nossa! Eu não tinha olhado para tal parte do livro daquela maneira…”. Embora no início temesse não se encaixar no grupo que imaginava encontrar, de “ratas de livros”, Daniela diz que se sentiu acolhida no Clube do Livro e participou de conversas “super profundas e estimulantes”.

Política: uma questão de amor e ódio

Nesse caminho de parceria com o Aurora, a Daniela continuou se identificando e caminhando lado a lado com a gente. Dessa vez, mais próxima do projeto “Meu, Seu, Nosso Voto”. E, de novo, “as pecinhas foram se encaixando”. Como muitas pessoas que passaram pelo projeto, Daniela, como ela mesma assume, era uma pessoa que dizia não gostar de política. 

Depois de uma experiência no exterior, Daniela voltou ao Brasil em 2014, em meio a um ano de eleição presidencial, sua curiosidade sobre o assunto crescia, mas ainda não estava disposta a mergulhar nesse universo. Então, vieram as eleições presidenciais de 2018 e esse foi seu limite. Ela sentiu que precisava entender mais sobre política. 

“Nas eleições de 2018, senti uma necessidade de entrar de corpo e alma, de conversar com as pessoas, de trocar, de entender, de fazer a minha parte. Então, para mim, esse foi o desenrolar da minha aproximação com a política. (…) E, hoje em dia, falo que eu adoro política. Continuo não entendo muito, mas eu gosto. E busco aprender mais.”

Seu interesse sobre o tema cresceu e ela buscou conhecer melhor o MSNV. Ainda em 2018, à medida que Daniela mergulhava na política, ela também articulava a realização de rodas de conversa sobre o tema com professores e alunos no colégio. Foi ali que ficou claro para Daniela a importância de discutir política com a juventude. “Lá na escola temos o que chamamos de educação moderna. Se a gente pensar o que tem que incluir na educação moderna, política, certamente, deveria ser mais ensinada – entre outras coisas, acho que eles tinham que aprender sobre a bolsa de valores, sobre direitos humanos.”

Aquelas rodas seriam só o começo do projeto e da participação da Daniela de forma tão ativa em uma ação focada em política. Dois anos depois da experiência com as rodas de conversa sobre política, Daniela se deparou, em 2020, com o projeto MSNV com uma nova cara. Resolveu, então, saber melhor o que seriam essas rodas com jovens promovidos pelo projeto. O MSNV propõe a realização autônoma de rodas de conversa sobre o voto responsável, a partir de material de apoio desenvolvido pelo Aurora com outras 4 organizações da sociedade civil. Mais uma vez Daniela viu uma oportunidade e se surpreendeu:

“Ao assistir a segunda, a terceira [roda de conversa], é que eu vi, através do material mesmo do projeto, que era possível a gente fazer também. E fizemos. Foi muito legal! Tinha poucos alunos, mas a discussão foi riquíssima. Os alunos estão engajadíssimos. Realmente, acho que esses jovens, que têm entre 15 e 17 anos, trazem um nível de reflexão e debate impressionante.”

Educação em Direitos Humanos (EDH) e a empatia

O que é realmente útil na vida do novo cidadão? Com essa indagação, Daniela reforça a proposta da educação moderna e a importância de ensinar aos jovens temas que vão além do português e da matemática. “Eu vejo que a EDH é uma coisa chave.”

“Porque muitos dos problemas que a gente têm no mundo são, justamente, em decorrência da falta de tolerância, do preconceito, da discriminação. Da falta de habilidade de dialogar, de ter empatia, de se colocar no lugar do outro. De entender que só porque você vê o mundo de uma maneira, o colega do lado pode ver de uma maneira totalmente diferente. Essas são coisas que não vão ser ensinadas ali no livro de ciências.” 

A Educação em Direitos Humanos propõe atividades que vão além dos limites das salas de aula, promovendo vivências transformadoras a quem participa. Foi assim também com a Daniela, que embora conviva com um músico, não se considera uma “pessoa artística” e admite que participou com certa resistência, mas disposta a sair da sua zona de conforto. “Foi uma boa surpresa. Não vou dizer que foi fácil. Quando a gente sai da zona de conforto a gente está sendo desafiado, mas as pecinhas encaixaram, com certeza”.

Nesse ponto, Daniela, já carregava consigo outra pergunta: como eu posso fazer para plantar essa semente?

Com sensibilidade no olhar, curiosidade e interesse, Daniela enxergou a imensa oportunidade de trabalhar com os jovens a partir das ações promovidas pelo Aurora. Ela conta que enxerga o potencial dos seus alunos, reconhecendo que para educar é preciso exercitar a empatia. Por serem estudantes de uma escola particular, ela considera que a posição de privilégio em que se encontram deve ser pensada de forma crítica e, por isso, a EDH era tão importante. 

“Acho que, talvez, uma das chaves da gente conseguir educar em direitos humanos é justamente a empatia. Trazer essa habilidade para os jovens, para que consigam escutar uma história levando em consideração o aspecto da humanidade.”

Ela acredita que essas ações que realiza e participa com o Aurora gera uma “luzinha” capaz de estimular os jovens a enxergarem um mundo para além das suas zonas de conforto.

Essa “luzinha” do Aurora tem sido capaz de furar bolhas. 

Apoie o Instituto Aurora

Daniela encontrou em nossas ações oportunidades para transformar a realidade dos seus jovens alunos, em uma parceria que é um orgulho para nós. E, assim como a Daniela, temos outras histórias ainda para contar sobre esses parceiros e voluntárias que, como disse ela mesma disse, espalham essa semente em prol de uma transformação social.

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Pontes ou muros: o que você têm construído?
Em um mundo de desconstrução, sejamos construtores. Essa ideia foi determinante para o surgimento do Instituto Aurora e por isso compartilhamos essa mensagem. Em uma mescla de história de vida e interação com o grupo, são apresentados os princípios da comunicação não-violenta e da possibilidade de sermos empáticos, culminando em um ato simbólico de uma construção coletiva.
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Quem é você na Década da Ação?
Sabemos que precisamos agir no presente para viver em um mundo melhor amanhã. Mas, afinal, o que é esse mundo melhor? É possível construí-lo? Quem fará isso? De forma dinâmica e interativa, os participantes serão instigados a pensar em seu sistema de crenças e a vivenciarem o conceito de justiça social. Cada pessoa poderá reconhecer suas potencialidades e assumir a sua autorresponsabilidade.
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A vitória é de quem?
Nessa palestra permeada pela visão de mundo delas, proporcionamos um espaço para dissipar o medo sobre palavras como: feminismo, empoderamento feminino e igualdade de gênero. Nosso objetivo é mostrar o quanto esses termos estão associados a grandes avanços que tivemos e ainda podemos ter - em um mundo em que todas as pessoas ganhem.
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Liberdade de pensamento: você tem?
As projeções para o século XXI apontam para o exponencial crescimento da inteligência artificial e da sua presença em nosso dia a dia. Você já se perguntou o que as máquinas têm aprendido sobre a humanidade e a vida em sociedade? E como isso volta para nós, impactando a forma como lemos o mundo? É tempo de discutir que tipo de dados têm servido de alimento para os robôs porque isso já tem influenciado o futuro que estamos construindo.
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Formações customizadas
Nossas formações abordam temas relacionados à compreensão de direitos humanos de forma interdisciplinar, aplicada ao dia a dia das pessoas - sejam elas de quaisquer áreas de atuação - e ajustadas às necessidades de quem opta por esse serviço.
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Consultoria em promoção de diversidade
Temos percebido um movimento positivo de criação de comitês de diversidade nas instituições. Com a consultoria, podemos traçar juntos a criação desses espaços de diálogo e definir estratégias de como fortalecer uma cultura de garantia de direitos humanos.
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Minha empresa quer doar

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    Depoimento de professora de Campo Largo
    Em 2022, nosso colégio foi ameaçado de massacre. Funcionárias acharam papel em que estava escrito o dia e a hora que seria o massacre (08/11 às 11h). Também tinha recado na porta interna dos banheiros feminino e masculino. Como gestoras, fizemos o boletim de ocorrência na delegacia e comunicamos o núcleo de educação. A partir desta ação, todos as outras foram coordenadas pela polícia e pelo núcleo. No ambiente escolar gerou um pânico. Alunos começaram a ter diariamente ataque de ansiedade e pânico. Muitos pais já não enviavam os filhos para o colégio. Outros pais da comunidade organizaram grupos paralelos no whatsapp, disseminado mais terror e sugestões de ações que nós deveríamos tomar. Recebemos esporadicamente a ronda da polícia, que adentrava no colégio e fazia uma caminhada e, em seguida, saía. Foram dias de horror. No dia da ameaça, a guarda municipal fez campana no portão de entrada e tivemos apenas 56 alunos durante os turnos da manhã e tarde. Somente um professor não compareceu por motivos psicológicos. Nenhum funcionário faltou. Destacamos que o bilhete foi encontrado no banheiro, na segunda-feira, dia 31 de outubro de 2022, após o segundo turno eleitoral. Com isto, muitos estavam associando o bilhete com caráter político. A polícia descartou essa possibilidade. Enfim, no dia 08, não tivemos nenhuma ocorrência. A semana seguinte foi mais tranquila. E assim seguimos. Contudo, esse é mais um trauma na carreira para ser suportado, sem nenhum olhar de atenção e de cuidado das autoridades. Apenas acrescentamos outras ameaças (as demandas pedagógicas) e outros medos.
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