A promoção de uma cultura de paz, ou seja, de sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável também passa pelos ambientes virtuais.
Por Ana Carolina Maoski, para o Instituto Aurora
(Foto: Jana Rizziolli)
O Dia Internacional da Paz é celebrado em 21 de Setembro. A data, criada em 1981 durante a assembleia geral da Organização das Nações Unidas, ressalta a paz como um valor que deve ser valorizado e promovido entre diferentes grupos e culturas.
Quando falamos na promoção de Direitos Humanos, a paz é um dos conceitos que está associado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Mas como podemos entender a ideia de uma cultura de paz? Na prática essa proposta não se resume à ausência de conflitos de diferentes origens, sejam eles bélicos ou sociais.
Para caminharmos em direção a uma sociedade pacífica é preciso estimular outros valores como a justiça, o diálogo e a compreensão das diferenças – todos essenciais a uma vida democrática. Práticas como a Justiça Restaurativa e a Comunicação Não Violenta são ferramentas chave nesse processo, que deve ser construído cotidianamente.
O Instituto Aurora atua na promoção de um mundo em que a cultura de paz permeie todas as relações, em todos os lugares: privado, público e digital.
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O documento da UNESCO intitulado “Cultura de paz: da reflexão à ação” apresenta um balanço das ações promovidas durante a Década Internacional da Promoção da Cultura de Paz e Não Violência em Benefício das Crianças do Mundo (2001-2010). São reflexões sobre o que foi conquistado nesse período e os desafios a serem enfrentados em relação à construção de uma cultura de paz.
O que vamos abordar neste artigo:
- Redes sociais como espaço de vivência
- A promoção da cultura de paz nas redes sociais e em ambientes virtuais
- ODS 16: um objetivo que pressupõe ação
Publicado em 20/09/2021.
Redes sociais como espaço de vivência
Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) indicam que cerca de 83% dos domicílios nacionais têm acesso à internet, sendo os celulares os aparelhos mais utilizados para estar online. Um levantamento realizado pelo IAB Brasil revela que os entrevistados passam, em média, 6 horas diárias em rede.
Nesse cenário as redes sociais se consolidam como grandes espaços de sociabilidade. Do Instagram ao Facebook, passando por outras redes que promovem a interatividade e/ou o acesso a conteúdos diversos, como o Youtube e Tik Tok, a vivência social ganha nova dimensão na internet. E, assim como ocorre no mundo offline, uma série de conflitos e violências são reproduzidos e disseminados nesses espaços.
A promoção da cultura de paz nas redes sociais e em ambientes virtuais
Ao estimular a promoção de uma cultura de paz em ambientes virtuais, busca-se encontrar meios para prevenir, enfrentar e solucionar uma série de conflitos e violências identificadas nos espaços das redes sociais. Práticas como cyberbullying, disseminação de fake news e slutshaming (exposição e humilhação de mulheres e meninas por “transgressão” a posturas aceitas de conduta sexual), por exemplo, podem ser evitadas.
Para a pesquisadora e professora do IFF/Fiocruz, Suely Deslande, o investimento em uma educação digital é fundamental “para que o uso do internet seja ético, para que as informações ali veiculadas sejam absorvidas de forma crítica e reflexiva e assim possamos usufruir das muitas possibilidades de comunicação, produção e disseminação de conhecimento, afeto, de lutas por direitos e mesmo de serviços e negócios”.
A organização estadunidense Civic Signal, liderada por Eli Pariser, autora do best-seller “O filtro invisível: o que a internet está escondendo de você” e Talia Stroud, diretora do Centro de Engajamento de Mídias da Universidade do Texas, passou dois anos revisando estudos de áreas como psicologia social e planejamento urbano, sobre a qualidade de espaços públicos – como parques, praças e bibliotecas. A partir dessas referências, foi realizada uma pesquisa para descobrir como criar espaços digitais mais saudáveis, com milhares de cidadãos digitais de 20 países, incluindo o Brasil. Afinal, muito de nossa vida pública é hoje realizada em plataformas digitais.
A pesquisa resultou em quatro qualidades-chave que espaços públicos digitais devem ter para serem mais saudáveis. Em resumo, eles devem ser acolhedores e seguros para diversos públicos, ajudar a compreender o mundo, conectar pessoas próximas e distantes para além das diferenças e hierarquias e permitir que as pessoas possam agir juntas.
A partir desses resultados, podemos refletir sobre alguns pontos apontados na pesquisa e que contribuem para a construção de uma cultura de paz nas redes sociais, como encorajar a humanização das outras pessoas (lembrar que por trás da tela, existe um ser humano), construir pontes entre diferentes grupos, compartilhar informações confiáveis e apoiar ações cívicas.
Aqui no Instituto Aurora nós acreditamos na promoção de projetos educativos que estimulam o diálogo e reforçam valores como a justiça social, a confiança e o respeito entre os indivíduos. Através das nossas ações procuramos soluções práticas para prevenir e buscar a redução da violência em diferentes espaços públicos. Temos como um dos nossos objetivos a construção de uma base sólida para que possamos viver em uma sociedade pacífica no presente e no amanhã.
ODS 16: um objetivo que pressupõe ação
O Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 16 está associado à promoção de sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável. Ele também está vinculado ao acesso à justiça para todas e todos e à construção de instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis.
Acreditamos que a Paz é um objetivo que pressupõe ações práticas e cotidianas, além de ser um direito humano essencial que permite a compreensão do outro, o diálogo e a coexistência.
Saiba em nosso site como se dá na prática a construção de uma cultura de paz!
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