Para trazer mais criatividade ao ambiente de trabalho, é preciso prezar pela diversidade de pessoas. Além de mais criativas, equipes diversas são mais inclusivas e possuem melhor potencial de desempenho.

Por Mayumi Maciel, para o Instituto Aurora.

(Foto: Kindel Media / Pexels)

Equipes mais diversas são mais criativas. A equação parece simples: quanto maior variedade de vivências, experiências e opiniões, maior variedade de ideias e, portanto, maior criatividade. Mas por que ainda não vemos essa questão ser tão difundida em ambientes de trabalho? Vamos explorar este assunto neste artigo.

Tópicos deste artigo:

Publicado em 25/06/2025.

Criatividade é para todo mundo?

Imaginação é uma capacidade que todos temos, mas para ela florescer é preciso de tempo, especialmente tempo sem fazer nada, necessidades mínimas atendidas, estímulo – exposição a universos diferentes.

Em um país desigual, tudo isso está associado a elites, porque as periferias precisam sobreviver e fica difícil libertar a imaginação nesse contexto.

Por isso, o intelectual Antonio Candido defendia o direito à literatura como um direito humano. Candido faz uma pergunta central: o que é indispensável para nós? Ele sugere que o indispensável não é apenas aquilo que assegura a sobrevivência física em níveis decentes, como o alimento para a necessidade da fome, mas também aqueles bens que garantem o atendimento de outras necessidades humanas.

Por exemplo, as necessidades de autorrealização, que podem ser supridas pelo exercício da capacidade de imaginar, desenvolver o autoconhecimento e a empatia.

Então, se pensarmos que a capacidade de imaginar e de exercer a nossa criatividade é uma necessidade humana, ela tem que ser acessível a todas as pessoas, e não somente a uma elite.

Mais diversidade = mais criatividade

Uma pesquisa da Accenture, de 2019, demonstra que empresas diversas são 11 vezes mais inovadoras e seus funcionários são 6 vezes mais criativos do que as empresas que não possuem uma cultura de diversidade e inclusão.

Numa cultura de diversidade e inclusão, as pessoas são valorizadas por suas diferenças e podem ser quem elas são, sentindo-se empoderadas para contribuírem. Mais diversidade traz diferentes pontos de vista, estimulando soluções mais criativas.

Portanto, ambientes mais homogêneos, em que as pessoas têm vivências muito parecidas, podem gerar soluções repetitivas porque as referências acabam sendo muito similares. E, ainda, nesta mesma pesquisa da Accenture, percebeu-se que em empresas com menos diversidade, os funcionários têm mais medo de cometer falhas na busca por soluções inovadoras. Com esse medo de inovar, a tendência é repetir as mesmas soluções.

Ambientes homogêneos não nos ensinam sobre respeitar as diferenças e ver beleza nas diferenças.

Além disso, dentro das questões econômicas, um estudo da consultoria McKinsey, de 2023, mostrou que tanto empresas com maior diversidade de gênero quanto com maior diversidade étnico-racial possuem 10% mais chance de terem uma performance acima da média.

Já dentre as empresas pesquisadas, aquelas com as menores taxas de diversidade em gênero e raça, possuem 66% mais chance de terem uma performance abaixo da média. Ou seja, a falta de diversidade também pode custar caro.

Maior diversidade em posições de liderança também traz maior impacto social e ambiental.

Como transformar a diversidade em valor em equipes criativas

A falta de inclusão é uma questão cultural, tanto das empresas quanto da sociedade como um todo. A título de exemplo, apresentamos alguns dados de falta de diversidade e inclusão no Brasil:

  • Mulheres ganham 20,5% menos do que homens (IBGE, 2018);
  • A diferença salarial entre profissionais brancos e negros no Brasil é de 45% (Pnad, 2019);
  • No mercado de trabalho formal, pessoas com deficiência representam apenas 1% do total de carteiras assinadas no Brasil (Rais, 2016);
  • 35% de profissionais LGBTQIA+ já sofreram discriminação no ambiente de trabalho (Linkedin, 2019).

A falta de diversidade e inclusão não é uma particularidade do campo criativo, mas para mudarmos uma cultura, é preciso um movimento intencional de quem está nela para que esta mudança aconteça.

É preciso uma inclusão real. Porque podemos ter equipes que são, à primeira vista, diversas. Mas se as mulheres, as pessoas negras e indígenas, pessoas com deficiência, pessoas LGBTQIA+, etc, não colaboram efetivamente, não têm suas ideias e opiniões levadas em consideração, então não temos uma inclusão real.

É necessário sairmos de uma cultura de competição para uma cultura de cooperação. É preciso enxergar na outra pessoa não apenas aquilo que é semelhante a nós mesmos, mas também vê-la como alguém que tem suas próprias vivências. E a partir desse reconhecimento, desenvolver um ambiente colaborativo, aberto ao diálogo e, consequentemente, mais criativo.

Educação em Direitos Humanos em empresas

O Instituto Aurora atua com a promoção e defesa da Educação em Direitos Humanos. Dentre as atividades em prol da nossa causa, também prestamos serviços para empresas.

Um de nossos workshops se chama “Construindo uma Cultura de Respeito e Inclusão”. Nele, os colaboradores serão introduzidos a estratégias práticas para fortalecer a cultura organizacional com base nos direitos humanos. Utilizando metodologias interativas, como estudos de caso e dinâmicas reflexivas, exploraremos como criar um ambiente de trabalho mais inclusivo, alinhado a valores de respeito, equidade e diversidade.

Saiba mais sobre este e outros serviços e fale com a gente.

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Pontes ou muros: o que você têm construído?
Em um mundo de desconstrução, sejamos construtores. Essa ideia foi determinante para o surgimento do Instituto Aurora e por isso compartilhamos essa mensagem. Em uma mescla de história de vida e interação com o grupo, são apresentados os princípios da comunicação não-violenta e da possibilidade de sermos empáticos, culminando em um ato simbólico de uma construção coletiva.
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Quem é você na Década da Ação?
Sabemos que precisamos agir no presente para viver em um mundo melhor amanhã. Mas, afinal, o que é esse mundo melhor? É possível construí-lo? Quem fará isso? De forma dinâmica e interativa, os participantes serão instigados a pensar em seu sistema de crenças e a vivenciarem o conceito de justiça social. Cada pessoa poderá reconhecer suas potencialidades e assumir a sua autorresponsabilidade.
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A vitória é de quem?
Nessa palestra permeada pela visão de mundo delas, proporcionamos um espaço para dissipar o medo sobre palavras como: feminismo, empoderamento feminino e igualdade de gênero. Nosso objetivo é mostrar o quanto esses termos estão associados a grandes avanços que tivemos e ainda podemos ter - em um mundo em que todas as pessoas ganhem.
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Liberdade de pensamento: você tem?
As projeções para o século XXI apontam para o exponencial crescimento da inteligência artificial e da sua presença em nosso dia a dia. Você já se perguntou o que as máquinas têm aprendido sobre a humanidade e a vida em sociedade? E como isso volta para nós, impactando a forma como lemos o mundo? É tempo de discutir que tipo de dados têm servido de alimento para os robôs porque isso já tem influenciado o futuro que estamos construindo.
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Formações customizadas
Nossas formações abordam temas relacionados à compreensão de direitos humanos de forma interdisciplinar, aplicada ao dia a dia das pessoas - sejam elas de quaisquer áreas de atuação - e ajustadas às necessidades de quem opta por esse serviço.
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Consultoria em promoção de diversidade
Temos percebido um movimento positivo de criação de comitês de diversidade nas instituições. Com a consultoria, podemos traçar juntos a criação desses espaços de diálogo e definir estratégias de como fortalecer uma cultura de garantia de direitos humanos.
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Minha empresa quer doar

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    Depoimento de professora de Campo Largo
    Em 2022, nosso colégio foi ameaçado de massacre. Funcionárias acharam papel em que estava escrito o dia e a hora que seria o massacre (08/11 às 11h). Também tinha recado na porta interna dos banheiros feminino e masculino. Como gestoras, fizemos o boletim de ocorrência na delegacia e comunicamos o núcleo de educação. A partir desta ação, todos as outras foram coordenadas pela polícia e pelo núcleo. No ambiente escolar gerou um pânico. Alunos começaram a ter diariamente ataque de ansiedade e pânico. Muitos pais já não enviavam os filhos para o colégio. Outros pais da comunidade organizaram grupos paralelos no whatsapp, disseminado mais terror e sugestões de ações que nós deveríamos tomar. Recebemos esporadicamente a ronda da polícia, que adentrava no colégio e fazia uma caminhada e, em seguida, saía. Foram dias de horror. No dia da ameaça, a guarda municipal fez campana no portão de entrada e tivemos apenas 56 alunos durante os turnos da manhã e tarde. Somente um professor não compareceu por motivos psicológicos. Nenhum funcionário faltou. Destacamos que o bilhete foi encontrado no banheiro, na segunda-feira, dia 31 de outubro de 2022, após o segundo turno eleitoral. Com isto, muitos estavam associando o bilhete com caráter político. A polícia descartou essa possibilidade. Enfim, no dia 08, não tivemos nenhuma ocorrência. A semana seguinte foi mais tranquila. E assim seguimos. Contudo, esse é mais um trauma na carreira para ser suportado, sem nenhum olhar de atenção e de cuidado das autoridades. Apenas acrescentamos outras ameaças (as demandas pedagógicas) e outros medos.
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    Aprendendo a ter conversas corajosas sobre direitos humanos
    Neste workshop, os colaboradores aprenderão princípios básicos da metodologia de Círculos de Diálogos, adaptada pelo Instituto Aurora para o contexto corporativo.
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    Construindo uma Cultura de Respeito e Inclusão
    Neste workshop, os colaboradores serão introduzidos a estratégias práticas para fortalecer a cultura organizacional com base nos direitos humanos. Utilizando metodologias interativas, como estudos de caso e dinâmicas reflexivas, exploraremos como criar um ambiente de trabalho mais inclusivo, alinhado a valores de respeito, equidade e diversidade.
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    Novas Lentes: ampliando percepções sobre relacionamentos interpessoais
    Neste workshop, os colaboradores serão convidados a desenvolver uma nova perspectiva sobre as relações no ambiente de trabalho. Por meio de dinâmicas interativas e da escuta de histórias pessoais, trabalharemos a empatia como ferramenta essencial para fortalecer vínculos, reduzir conflitos e construir um ambiente mais respeitoso.
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    Comunicação assertiva: primeiros passos
    Neste treinamento, utilizamos os princípios da Comunicação Não Violenta (CNV) para ensinar técnicas de diálogo claro, empático e respeitoso. Os colaboradores aprenderão a expressar suas necessidades de forma assertiva e a lidar com conflitos de maneira construtiva, promovendo relações mais saudáveis e produtivas.
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    Construindo confiança interpessoal
    Neste workshop, abordamos estratégias para criar um ambiente onde os colaboradores se sintam confortáveis para se expressar sem medo de julgamentos. Por meio de reflexões e práticas voltadas para a conexão genuína, os participantes aprenderão a fortalecer o senso de pertencimento e o engajamento dentro da equipe.
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    Diagnóstico da cultura de direitos humanos na empresa e dos riscos psicossociais associados aos direitos humanos
    O diagnóstico é essencial para a elaboração de um plano de ação eficaz e personalizado, permitindo a identificação de necessidades e otimização de recursos.
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    Elaboração da Política de Direitos Humanos
    Ter uma Política de Direitos Humanos bem estruturada e aprofundada é essencial para garantir que a empresa vá além do cumprimento normativo e realmente incorpore princípios em sua cultura organizacional. Uma política robusta não apenas orienta a tomada de decisões e define diretrizes para colaboradores, fornecedores e stakeholders, mas também fortalece a reputação da empresa e a protege contra riscos socioambientais e reputacionais.
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    Monitoramento e avaliação dos avanços
    O monitoramento e a avaliação servem para acompanhar a evolução do processo de consultoria, garantindo que as ações implementadas estejam alinhadas aos objetivos propostos e gerem impactos reais na cultura organizacional.
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