Falar de educação em direitos humanos é falar da transmissão de valores. Nossos projetos e ações são guiados pelo amor, pela cooperação, pela empatia, pela justiça social e pela liberdade. Este texto é sobre cada um desses conceitos!
Por Instituto Aurora
(Foto: Franciele Correa)
Educar em direitos humanos é, para a professora Maria Victoria Benevides, “criar, influenciar, compartilhar e consolidar mentalidades, costumes, atitudes, hábitos e comportamentos” que decorrem de valores essenciais, como a liberdade, a justiça e a cooperação. Em suma, a educação em direitos humanos é, essencialmente, uma educação em valores.
Aqui no Instituto Aurora, além de transmitir valores, também somos guiados por eles – que estão em todos os projetos, ações e atividades que organizamos. Acreditamos em um esforço para promover e educar para os direitos humanos baseado no amor, na cooperação, na empatia, na justiça social e na liberdade.
Sabemos que muitas vezes, valores parecem algo difícil de explicar, ou de tornar tangível. E é para desfazer essa ideia que compilamos nesse texto algumas explicações sobre como esses valores se traduzem em nosso olhar e em nosso trabalho.
O que vamos abordar neste artigo:
- Amor: porque ele transforma
- Cooperação: porque ela pode mudar o curso da História
- Empatia: porque ela traz conexão
- Justiça social: porque com ela reconhecemos
- Liberdade: porque ela é a essência da democracia
Publicado em 09/04/2021.
Amor: porque ele transforma
Temos o amor como primeiro valor do Instituto Aurora. Procuramos afirmá-lo como um ato político basilar para o desenvolvimento de todos os outros.
O amor, enquanto atitude, expressa a valorização da vida. Expressa a valorização do ser humano, com todas as suas particularidades. É esse amor político que não invalida sofrimentos – mesmo quando nem sabemos que dor é essa. É ele também que permite com que estejamos abertas para o diálogo com o outro, para a construção coletiva da sociedade.
Em nossas ações, o amor desafia o medo, quando provocamos que as pessoas se conectem com narrativas de estranhos, de pessoas com quem não encontram semelhanças a primeira vista, por meio do compartilhar de histórias de vida, de rodas de leitura ou de uma exibição de filme. O amor político rompe com as raízes do ódio – que impede com que caminhemos lado a lado. O amor político coopera para a afirmação da dignidade de todas as pessoas.
Cooperação: porque ela pode mudar o curso da História
A cooperação é um conceito essencial quando tratamos de relações humanas mais empáticas e justas. Ela nos impulsiona a pensar de forma mais sistêmica, entendendo o impacto social de nossas atitudes pessoais. A cooperação nos instiga a agir para que os interesses coletivos estejam em equilíbrio com os individuais.
Em um ambiente de cooperação, valorizamos a pluralidade e reconhecemos que todos estão em um mesmo horizonte de potencialidades, não havendo quem é superior ou inferior. A partir de um modo de pensar cooperativo, passamos a ver possibilidades de desenvolvimento que não estão pautadas na competição, mas no ganha-ganha do coletivo.
Por meio da cooperação, aprendemos a unir esforços para a resolução de problemas, partindo do princípio de que, ao compartilharmos anseios, recursos, limitações e conhecimento, podemos chegar a um lugar comum de solução. Uma solução que, verdadeiramente, é inclusiva.
A cooperação, portanto, concretiza relações que promovem o amor, a justiça social, a empatia e a liberdade: todos os nossos outros valores. União muda tudo. Altera os cursos da História! Você concorda?
Empatia: porque ela traz conexão
Para falar de empatia, queremos lhe perguntar: quando você pensa em si mesmo, na relação com as outras pessoas, você se imagina mais como uma ponte ou um muro? Queremos que, cada vez mais, pessoas se vejam como pontes. E que tenham na empatia a base sólida para a construção de suas relações interpessoais.
A empatia, além de um valor é também uma habilidade humana, a qual pode ser aprendida. Por isso, o Instituto Aurora busca estimular o desenvolvimento dela em suas atividades. Acreditamos que a empatia nos conecta com o outro, cria oportunidades de reconhecimento da nossa humanidade, mesmo entre pessoas que agem, pensam e são diferentes entre si. Exercê-la é ter a capacidade de reconhecer as demandas do outro, sentir com o outro e se preocupar com o outro.
Porque a empatia nos afasta de julgamentos e discriminações, ela é um pilar importante para o diálogo, para a compreensão, o respeito e a paz. Por meio da empatia, podemos estabelecer uma conexão que vê no outro, que é diferente de mim, alguém a se considerar, a escutar e, acima de tudo: a respeitar.
Justiça social: porque com ela reconhecemos
Compreendemos esse valor como a relação de justiça existente entre pessoa-pessoa e pessoas-poder público, colocando em xeque as nossas relações de poder. Quais vozes estão sendo escutadas?
Entendemos que a justiça social não está limitada somente a políticas de distribuição de renda e riqueza. Ela também contempla a possibilidade de repensarmos a nossa cultura brasileira que sustenta a desigualdade, privando grupos de minorias de acessarem os seus direitos humanos por motivações preconceituosas.
A justiça social reconhece o outro como pessoa e como membro da comunidade, afirmando, com isso, a possibilidade de relações igualitárias para acesso a todos os direitos humanos. Em uma sociedade em que a justiça social impera todas as vozes ecoam em harmonia.
Liberdade: porque ela é a essência da democracia
Acreditamos e defendemos a liberdade como uma necessidade humana essencial e também como um alicerce da democracia.
Ao lembrarmos que direitos humanos só são acessados e garantidos em uma ambiente democrático, devemos também atentar para o fato de que esses direitos humanos são fruto de processos de lutas populares e reivindicações frente ao poder público, os quais só foram possíveis pelo exercício da liberdade.
Liberdade é a possibilidade de escolhermos o nosso próprio caminho, pensamentos e ações, cientes de que ser livre também implica assumir as responsabilidades pelos nossos atos.
Os movimentos por defesa de direitos humanos consolidaram, ao longo da História, espaços de liberdade, de igualdade e de solidariedade. Ainda há muito o que fazer, mas sermos livres nos possibilita continuar avançando.
Com nossos projetos, ações e atuação, queremos estimular e construir relações humanas cada dia mais amorosas, cooperativas, empáticas, justas socialmente e livres. Conheça quem somos e como educamos em direitos humanos.
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Referência para este texto
Educação em direitos humanos: do que trata?, palestra de Maria Victoria Benevides.