O Estatuto da Criança e do Adolescente foi criado em 13 de julho de 1990, pela Lei nº 8.069. Agora, 33 anos depois, o Brasil ainda enfrenta desafios para seu cumprimento, como a crescente violência contra as escolas. Instituto Aurora lança campanha para tratar do tema junto à comunidade escolar.

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) é um marco importante na legislação brasileira, ao promover e garantir os direitos das pessoas com menos de 18 anos de idade. Quando foi criado, em 1990, ainda não havia registros de ataques contra as escolas no Brasil, o que só ocorreu a partir da primeira década dos anos 2000. Entendendo a importância desse problema, que só tem crescido nos últimos anos, o Instituto Aurora lançou o projeto “(Re)conectar”, com o objetivo de preparar professoras e professores para esse novo cenário e, assim, ter uma chance de reduzir as violências planejadas contra as escolas e suas comunidades.

Hoje, 33 anos depois da criação do ECA, ainda há muitos desafios para o seu cumprimento. Logo no início da lei, no art. 4°, está previsto que “é dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária”.

O aumento da violência contra as escolas é um dos maiores desafios atuais, e se apresenta pela propagação de discursos e práticas de ódio, podendo chegar a ataques armados no ambiente escolar, contra alunos/as e professores/as.

“Essa violência contra as escolas restringe o acesso a uma série de direitos elencados no ECA: o direito à educação, pois em um ambiente tomado pelo medo, o rendimento e mesmo a frequência de estudantes diminui; o direito à dignidade, ao respeito e à liberdade, pois os discursos e práticas de ódio vão contra esses princípios; e, em casos mais extremos, o direito à vida, com a morte de estudantes e profissionais de ensino em decorrência de ataques violentos. A situação que estamos vivendo demonstra que falhamos gravemente como sociedade ao descumprir a lei. Mais que isso: estamos em dívida com nossas crianças e adolescentes”, afirma André Bakker, gestor de pesquisa e projetos do Instituto Aurora. 

Educação em Direitos Humanos para mudar esse cenário

No “Relatório de Recomendações para o Enfrentamento ao Discurso de Ódio e ao Extremismo no Brasil”, elaborado pelo GT do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania responsável pelo tema, são apresentadas estratégias e recomendações a serem aplicadas em diversos ambientes, inclusive no escolar. O documento, lançado em 03 de julho, marca a conclusão dos trabalhos do GT, instituído pelo ministro Silvio Almeida.

As estratégias e recomendações foram divididas em seis temas, sendo um deles a Educação e Cultura em Direitos Humanos. O Grupo de Trabalho considera importante ampliar o escopo de atuação para além dos espaços formais de educação, passando por sociedade civil, empresas e mídia.

Neste capítulo do relatório, são apresentados dados da pesquisa “Panorama da Educação em Direitos Humanos no Brasil”, do Instituto Aurora, que aborda a institucionalização da EDH nos governos estaduais e no governo federal, no período de 2019-2022. Um dos destaques é a dificuldade de implementação de políticas públicas nas escolas, porque determinados assuntos relacionados aos direitos humanos encontram grande resistência por parte da população e/ou de políticos.

Para contribuir, de forma prática, no combate ao extremismo, aos discursos de ódio e à violência contra as escolas, o Instituto Aurora lançou um financiamento coletivo para o projeto “(Re)conectar”. Estão previstas diversas ações, como elaboração e distribuição de materiais didáticos, formação de professores/as e articulação com o poder público.

Saiba mais em https://apoia.se/reconectar_escolas

(Release enviado para a imprensa em 12/07/2023).

Pontes ou muros: o que você têm construído?
Em um mundo de desconstrução, sejamos construtores. Essa ideia foi determinante para o surgimento do Instituto Aurora e por isso compartilhamos essa mensagem. Em uma mescla de história de vida e interação com o grupo, são apresentados os princípios da comunicação não-violenta e da possibilidade de sermos empáticos, culminando em um ato simbólico de uma construção coletiva.
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Quem é você na Década da Ação?
Sabemos que precisamos agir no presente para viver em um mundo melhor amanhã. Mas, afinal, o que é esse mundo melhor? É possível construí-lo? Quem fará isso? De forma dinâmica e interativa, os participantes serão instigados a pensar em seu sistema de crenças e a vivenciarem o conceito de justiça social. Cada pessoa poderá reconhecer suas potencialidades e assumir a sua autorresponsabilidade.
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A vitória é de quem?
Nessa palestra permeada pela visão de mundo delas, proporcionamos um espaço para dissipar o medo sobre palavras como: feminismo, empoderamento feminino e igualdade de gênero. Nosso objetivo é mostrar o quanto esses termos estão associados a grandes avanços que tivemos e ainda podemos ter - em um mundo em que todas as pessoas ganhem.
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Liberdade de pensamento: você tem?
As projeções para o século XXI apontam para o exponencial crescimento da inteligência artificial e da sua presença em nosso dia a dia. Você já se perguntou o que as máquinas têm aprendido sobre a humanidade e a vida em sociedade? E como isso volta para nós, impactando a forma como lemos o mundo? É tempo de discutir que tipo de dados têm servido de alimento para os robôs porque isso já tem influenciado o futuro que estamos construindo.
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Formações customizadas
Nossas formações abordam temas relacionados à compreensão de direitos humanos de forma interdisciplinar, aplicada ao dia a dia das pessoas - sejam elas de quaisquer áreas de atuação - e ajustadas às necessidades de quem opta por esse serviço.
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Consultoria em promoção de diversidade
Temos percebido um movimento positivo de criação de comitês de diversidade nas instituições. Com a consultoria, podemos traçar juntos a criação desses espaços de diálogo e definir estratégias de como fortalecer uma cultura de garantia de direitos humanos.
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Minha empresa quer doar

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    Depoimento de professora de Campo Largo
    Em 2022, nosso colégio foi ameaçado de massacre. Funcionárias acharam papel em que estava escrito o dia e a hora que seria o massacre (08/11 às 11h). Também tinha recado na porta interna dos banheiros feminino e masculino. Como gestoras, fizemos o boletim de ocorrência na delegacia e comunicamos o núcleo de educação. A partir desta ação, todos as outras foram coordenadas pela polícia e pelo núcleo. No ambiente escolar gerou um pânico. Alunos começaram a ter diariamente ataque de ansiedade e pânico. Muitos pais já não enviavam os filhos para o colégio. Outros pais da comunidade organizaram grupos paralelos no whatsapp, disseminado mais terror e sugestões de ações que nós deveríamos tomar. Recebemos esporadicamente a ronda da polícia, que adentrava no colégio e fazia uma caminhada e, em seguida, saía. Foram dias de horror. No dia da ameaça, a guarda municipal fez campana no portão de entrada e tivemos apenas 56 alunos durante os turnos da manhã e tarde. Somente um professor não compareceu por motivos psicológicos. Nenhum funcionário faltou. Destacamos que o bilhete foi encontrado no banheiro, na segunda-feira, dia 31 de outubro de 2022, após o segundo turno eleitoral. Com isto, muitos estavam associando o bilhete com caráter político. A polícia descartou essa possibilidade. Enfim, no dia 08, não tivemos nenhuma ocorrência. A semana seguinte foi mais tranquila. E assim seguimos. Contudo, esse é mais um trauma na carreira para ser suportado, sem nenhum olhar de atenção e de cuidado das autoridades. Apenas acrescentamos outras ameaças (as demandas pedagógicas) e outros medos.
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