Instituto Aurora acompanha a institucionalização da Educação em Direitos Humanos no Brasil desde 2019 e apresenta as diferenças entre o governo atual e o anterior.

O Instituto Aurora, organização da sociedade civil que atua com Educação em Direitos Humanos (EDH), acompanha a institucionalização da área no país desde 2019, por meio da pesquisa “Panorama da Educação em Direitos Humanos do Brasil”. Após uma série de alertas sobre o desmonte da EDH nos anos anteriores, a organização agora analisa as mudanças trazidas no governo atual.

A Educação em Direitos Humanos, que foi desarticulada durante o governo de Jair Bolsonaro (2019-2022), está recebendo mais atenção no governo de Luiz Inácio Lula da Silva. O orçamento previsto para o ano de 2023 é de R$ 2 milhões, cinco vezes maior do que o orçamento total dos quatro anos do mandato anterior, que foi de R$ 400 mil.

Para além dessa informação sobre o investimento financeiro, o Instituto Aurora elaborou um comparativo entre os seis primeiros meses do governo Lula e do governo anterior, com os dados coletados durante anos de pesquisa:

EDH nos seis primeiros meses de governo
Governo LulaGoverno Bolsonaro
Restituição da Secadi, do Ministério da Educação (retorno da EDH ao MEC).Extinção da Secadi, do Ministério da Educação (fim da EDH no MEC).
Área de Educação em Direitos Humanos está presente no MEC e MDHC.Área de Educação em Direitos Humanos restrita ao MMFDH.
A pasta de EDH retoma o diálogo com a sociedade e participa e organiza eventos sobre EDH abertos ao público.Extinção do Pacto Universitário para a Educação em Direitos Humanos e ausência de parcerias com universidades e professores especialistas na temática
Anúncio de plano de retomada do Comitê Nacional de Educação e Cultura em Direitos Humanos.Extinção do  Comitê Nacional de Educação em Direitos Humanos (2003-2019).
Educação em direitos humanos é considerada um pilar fundamental do MDHC. Planejamento de construção de um Plano Nacional de Cidadania Digital, proposta de enfrentamento da violência às escolas e de revisão do Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos, de 2003.Não possuía proposições específicas advindas da nova gestão para a temática de Educação em Direitos Humanos.
Planejamento do I Seminário de Educação em Direitos Humanos e Democracia, realizado no segundo semestre, para criação de indicadores para a EDH.Únicos indicadores existentes eram aqueles contidos no PNEC-DH.
Planejamento do I Seminário de Educação em Direitos Humanos e Democracia, realizado no segundo semestre, para criação de um diagnóstico nacional da EDH.Não havia um diagnóstico nacional.
Elaboração: Instituto Aurora

Educação em Direitos Humanos como um dos pilares do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania

Nos dias 09 e 10 de agosto de 2023, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania realizou o “I Seminário de Educação em Direitos Humanos e Democracia”. Durante a abertura da Mesa Institucional, Leticia Cesarino, Chefe da Assessoria Especial de Educação e Cultura em Direitos Humanos do MDHC, explicou que a assessoria foi reestruturada e está diretamente ligada ao gabinete do ministro Silvio Almeida.

“A gente teve um hiato grande, como sabemos, nas políticas de educação em direitos humanos. Inclusive, a assessoria foi reestruturada enquanto uma assessoria de educação e cultura em direitos humanos, o que dá um escopo um pouco maior para a nossa atuação”, comentou Letícia Cesarino, que também assumiu o compromisso de expandir as parcerias e frentes de atuação na área.

Michele Bravos, diretora-executiva do Instituto Aurora, e André Bakker, gestor de pesquisa e projetos, também realizaram uma fala durante a abertura do evento. Nela, apresentaram dados levantados pela pesquisa “Panorama da Educação em Direitos Humanos no Brasil”, que teve início justamente no período em que a área sofreu vários desmontes.

“Decidimos atuar exatamente nesse momento para que esses registros fossem uma memória do que se passou, e que num momento futuro, a gente pudesse olhar para as evidências e a partir delas voltar a discutir a política pública de Educação em Direitos Humanos”, afirma Michele Bravos.

A Educação em Direitos Humanos também aparece em destaque no “Relatório de Recomendações para o Enfrentamento ao Discurso de Ódio e ao Extremismo no Brasil”, lançado em julho, que marcou a conclusão dos trabalhos do GT instituído pelo ministro Silvio Almeida.

O relatório traz a necessidade de atualização da teoria e prática da EDH no Brasil, que deve acontecer em espaços formais e não formais de educação, entendendo “Educação e Cultura em Direitos Humanos como política de Estado, definindo mecanismos para a continuidade e institucionalização das políticas, programas e instâncias participativas”.

O “Panorama da Educação em Direitos Humanos no Brasil” está disponível para download gratuito no site do Instituto Aurora. A organização irá lançar novas edições da pesquisa nos próximos anos, acompanhando as políticas e ações do governo atual.

(Release enviado para a imprensa em 16/08/2023).

(Foto: Clarice Castro / MDHC)

Pontes ou muros: o que você têm construído?
Em um mundo de desconstrução, sejamos construtores. Essa ideia foi determinante para o surgimento do Instituto Aurora e por isso compartilhamos essa mensagem. Em uma mescla de história de vida e interação com o grupo, são apresentados os princípios da comunicação não-violenta e da possibilidade de sermos empáticos, culminando em um ato simbólico de uma construção coletiva.
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Quem é você na Década da Ação?
Sabemos que precisamos agir no presente para viver em um mundo melhor amanhã. Mas, afinal, o que é esse mundo melhor? É possível construí-lo? Quem fará isso? De forma dinâmica e interativa, os participantes serão instigados a pensar em seu sistema de crenças e a vivenciarem o conceito de justiça social. Cada pessoa poderá reconhecer suas potencialidades e assumir a sua autorresponsabilidade.
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A vitória é de quem?
Nessa palestra permeada pela visão de mundo delas, proporcionamos um espaço para dissipar o medo sobre palavras como: feminismo, empoderamento feminino e igualdade de gênero. Nosso objetivo é mostrar o quanto esses termos estão associados a grandes avanços que tivemos e ainda podemos ter - em um mundo em que todas as pessoas ganhem.
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Liberdade de pensamento: você tem?
As projeções para o século XXI apontam para o exponencial crescimento da inteligência artificial e da sua presença em nosso dia a dia. Você já se perguntou o que as máquinas têm aprendido sobre a humanidade e a vida em sociedade? E como isso volta para nós, impactando a forma como lemos o mundo? É tempo de discutir que tipo de dados têm servido de alimento para os robôs porque isso já tem influenciado o futuro que estamos construindo.
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Formações customizadas
Nossas formações abordam temas relacionados à compreensão de direitos humanos de forma interdisciplinar, aplicada ao dia a dia das pessoas - sejam elas de quaisquer áreas de atuação - e ajustadas às necessidades de quem opta por esse serviço.
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Consultoria em promoção de diversidade
Temos percebido um movimento positivo de criação de comitês de diversidade nas instituições. Com a consultoria, podemos traçar juntos a criação desses espaços de diálogo e definir estratégias de como fortalecer uma cultura de garantia de direitos humanos.
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Minha empresa quer doar

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    Depoimento de professora de Campo Largo
    Em 2022, nosso colégio foi ameaçado de massacre. Funcionárias acharam papel em que estava escrito o dia e a hora que seria o massacre (08/11 às 11h). Também tinha recado na porta interna dos banheiros feminino e masculino. Como gestoras, fizemos o boletim de ocorrência na delegacia e comunicamos o núcleo de educação. A partir desta ação, todos as outras foram coordenadas pela polícia e pelo núcleo. No ambiente escolar gerou um pânico. Alunos começaram a ter diariamente ataque de ansiedade e pânico. Muitos pais já não enviavam os filhos para o colégio. Outros pais da comunidade organizaram grupos paralelos no whatsapp, disseminado mais terror e sugestões de ações que nós deveríamos tomar. Recebemos esporadicamente a ronda da polícia, que adentrava no colégio e fazia uma caminhada e, em seguida, saía. Foram dias de horror. No dia da ameaça, a guarda municipal fez campana no portão de entrada e tivemos apenas 56 alunos durante os turnos da manhã e tarde. Somente um professor não compareceu por motivos psicológicos. Nenhum funcionário faltou. Destacamos que o bilhete foi encontrado no banheiro, na segunda-feira, dia 31 de outubro de 2022, após o segundo turno eleitoral. Com isto, muitos estavam associando o bilhete com caráter político. A polícia descartou essa possibilidade. Enfim, no dia 08, não tivemos nenhuma ocorrência. A semana seguinte foi mais tranquila. E assim seguimos. Contudo, esse é mais um trauma na carreira para ser suportado, sem nenhum olhar de atenção e de cuidado das autoridades. Apenas acrescentamos outras ameaças (as demandas pedagógicas) e outros medos.
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