Ações com foco em Diversidade e Inclusão podem transformar a cultura das organizações e geram impacto para toda a sociedade
Por Ana Carolina Maoski, para o Instituto Aurora
(Foto: Fauxels / Pexels)
Diversidade e inclusão são dois conceitos que têm ganhado cada dia mais espaço no ambiente empresarial. Contudo, para que seja possível construir ambientes mais diversos e inclusivos, é essencial compreender o que se entende por esses termos. E também como é possível colocá-los em prática de forma eficaz seguindo princípios da educação em direitos humanos.
Nós já falamos por aqui sobre o que entendemos por cultura em direitos humanos. Mas vale retomarmos alguns pontos antes de falarmos especificamente sobre a cultura empresarial.
- Na nossa visão, a cultura pode ser entendida como “uma lente através da qual vemos o mundo”, de acordo com a colocação do antropólogo Roque Laraia.
- Nesse sentido, defendemos que uma cultura de direitos humanos significa não se conformar. Significa compreender que todos e todas temos necessidades básicas que devem ser atendidas, e que direitos não são privilégios.
- Para o Instituto Aurora, a educação em direitos humanos é um dos meios que permite a conscientização para os problemas sociais, revelando as desigualdades e reconhecendo as diferenças.
O que vamos abordar neste artigo:
- O valor da Diversidade e Inclusão nas empresas
- De que forma a educação em direitos humanos pode fortalecer essa causa?
Publicado em 14/04/2021.
O valor da Diversidade e Inclusão nas empresas
Apesar de estarem relacionadas, diversidade e inclusão possuem significados diferentes. A primeira está ligada à construção de ambientes plurais, em que há espaço para todos os perfis profissionais. Já a segunda, diz respeito às medidas práticas que permitem efetivamente a mudança da cultura de uma organização. Segundo um artigo da Harvard Business Review, “diversidade não se sustenta sem inclusão”.
O conceito de diversidade também está ligado à ideia de equilíbrio: uma equipe diversa é aquela em há paridade no número de jovens, profissionais mais experientes, LBTQIA+, homens, mulheres, pessoas com deficiência, negros e negras.
Um estudo de 2020 da McKinsey intitulado ‘Diversity Matters: América Latina’, indica que “empresas que adotam a diversidade são mais saudáveis, felizes e rentáveis”. A pesquisa colheu dados de cerca de 700 empresas de capital aberto em sete países da América Latina.
Para se ter ideia da dimensão da questão, segundo o levantamento apenas 11% dos executivos de empresas latino-americanas são mulheres. E mais da metade das empresas consultadas não possuem mulheres em cargos executivos. Esse dado nos mostra o quão distante ainda estamos de alcançarmos a equidade nas organizações.
Contudo, os resultados do estudo nos ajudam a refletir sobre os efeitos positivos da adoção de uma cultura empresarial baseada em direitos humanos e valores como diversidade e inclusão. Confira:
- Funcionários de empresas percebidas como comprometidas com a diversidade tem 11% mais probabilidade de relatar que podem “ser quem são” no trabalho, o que provavelmente os estimula a participar e contribuir;
- Eles também apresentaram probabilidade 80% maior de concordar que seus líderes promovem confiança e diálogo aberto, e probabilidade 73% maior de relatar uma cultura de liderança em prol do trabalho em equipe;
- Nessas empresas, 63% dos funcionários indicam que estão felizes no trabalho, em comparação com apenas 31% das empresas que não são percebidas como comprometidas com a diversidade;
- Por fim, na América Latina, as empresas com equipes executivas diversificadas em termos de gênero têm 14% mais probabilidade de superar a performance de seus pares na indústria. I Fonte: “Diversity Matters: América Latina” – McKinsey, 2020.
Quando falamos em inclusão, precisamos ter consciência de que ela está associada à mudança de mentalidade e a adoção de comportamentos baseados em uma cultura de direitos humanos.
De que forma a educação em direitos humanos pode fortalecer essa causa?
A educação em direitos humanos pode e deve ser uma aliada das políticas organizacionais de D&I. Segundo o estudo da McKinsey, diferentes medidas podem ser adotadas na promoção desses valores:
“Garantir a representação de talentos diversificados; fortalecer a liderança e a responsabilização; viabilizar a igualdade e a equidade de oportunidades; promover um senso de pertencimento em relação ao trabalho e promover a abertura e o combate a micro agressões”.
Na prática, a formação de comitês de diversidade é uma das ações de inclusão voltadas para a diversidade que podem beneficiar organizações internamente. Esses comitês permitem a criação e implementação de ações de diversidade, bem como o monitoramento do ambiente de trabalho no que diz respeito à inclusão. Em qualquer cenário, o compromisso com a valorização dos direitos humanos é o primeiro passo para a transformação e a construção de espaços seguros, diversos e inclusivos.
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Algumas referências que usamos nesse texto:
Dossiê BrandLab – A busca por diversidade no Brasil. Disponível em: <https://www.thinkwithgoogle.com/intl/pt-br/futuro-do-marketing/gestao-e-cultura-organizacional/diversidade-e-inclusao/dossie-brandlab-diversidade/>. Acesso em: 14 de março de 2021.
Diversity Matters: América Latina. Disponível em: <https://www.mckinsey.com/br/our-insights/diversity-matters-america-latina>. Acesso em: 18 de março de 2021.
Diversity Doesn’t Stick Without Inclusion. Disponível em: <https://hbr.org/2017/02/diversity-doesnt-stick-without-inclusion>. Acesso em: 18 de março de 2021.
Entenda a diferença entre diversidade e inclusão nas empresas. Disponível em: <https://exame.com/carreira/entenda-a-diferenca-entre-diversidade-e-inclusao-nas-empresas/>. Acesso em: 15 de março de 2021.