“Nós – uma antologia de literatura indígena”, com organização de Maurício Negro, foi a leitura coletiva organizada pelo Instituto Aurora no mês de abril de 2021. A partir deste livro de contos, podemos refletir sobre questões relacionadas a direitos humanos e sobre a pluralidade de culturas indígenas no país.

Foto e texto por Mayumi Maciel, para o Instituto Aurora

“Nós – uma antologia de literatura indígena” conta com organização e ilustrações de Maurício Negro, e reúne dez contos de diferentes povos indígenas brasileiros. Após cada conto, há um pequeno texto, um glossário e uma biografia do(s) autor(es). Além disso, todas as histórias são ilustradas e, no início de cada uma, há também um grafismo daquele povo.

Os dez contos presentes no livro, seus povos e seus autores são:

  • Amor originário; povo mebengôkré kayapó; Aline Ngrenhtabare L. Kayapó e Edson Kayapó
  • Hariporia, a origem do açaí; povo saterê-mawé; Tiago Hakiy
  • Guaruguá, o peixe-boi dos maraguá; povo maraguá; Yaguarê Yamã e Lia Minápoty
  • Yawareté Açu, o jabuti e a onça-pintada; povo pirá-tapuya waíkhana; Rosi Waikhon
  • Jibikí Porikopô, o furto da panela de barro; povo balatiponé umutina; Ariabo Kezo
  • Wató, a pedra do fogo; povo taurepang; Cristino Wapichana
  • Wuhu Siburu, peneira de arumã; povo umuko masá desana; Jaime Diakara
  • Os raios luminosos; povo guarani mbyá; Jera Poty Mirim
  • Pokrane e Kren, por que não havia gêmeos entre os Krenak; povo krenak, Edson Krenak
  • Kaudyly Umenobyry, nos primórdios dos tempos; povo kurâ-bakairi; Estevão Carlos Taukane

Atualizado em 11/04/2023. Publicado em 29/04/2021.

A pluralidade em “Nós – uma antologia de literatura indígena”

O próprio título da antologia, “Nós”, apresenta uma ideia de coletividade e pluralidade. Os indígenas são diferentes povos, mas costuma-se falar a seu respeito como se fossem homogêneos. No Brasil, atualmente, são mais de 275 línguas indígenas.

Com a leitura dos contos, nos deparamos com uma diversidade cultural, diferentes cosmologias, diferentes visões de criação do universo e de relações entre os astros. Por exemplo, para alguns povos, sol e lua aparecem como irmãos, enquanto para outros, são um casal.

O que “Nós – uma antologia de literatura indígena” tem a ver com Direitos Humanos?

Entrar em contato com literatura escrita por diferentes pessoas, povos, etnias, é uma forma de ampliarmos nossa visão de mundo e desconstruirmos estereótipos. Este é um passo no processo para desenvolvermos atitudes antirracistas e pararmos de reproduzir violências movidas por preconceitos.

Com a diversidade cultural e de temas que aparecem nos contos de “Nós – uma antologia de literatura indígena”, podemos refletir sobre diferentes questões, como: quais os espaços a que pessoas indígenas têm acesso em nossa sociedade, como são as nossas relações com o passado e com nossas histórias, como é a nossa relação com a natureza.

Este último ponto, aliás, é o que mais comumente associamos aos povos indígenas. Esta relação próxima e, inclusive, indissociável com a natureza aparece culturalmente como sendo de grande importância.

Na história dos direitos humanos, a preocupação com a bioética ganhou espaço com mais força a partir da segunda metade do século XX, com a consolidação da chamada quarta geração dos direitos humanos, que contempla a relação entre seres humanos e meio ambiente. Com preocupações cada vez maiores com temas como mudanças climáticas, esta importante pauta se torna cada vez mais urgente.

Sobre as leituras coletivas promovidas pelo Instituto Aurora

Durante o ano de 2021, o Instituto Aurora promoveu um Clube de Assinatura, com o objetivo de captar recursos e entregar conteúdos exclusivos sobre direitos humanos para assinantes. “Nós – uma antologia de literatura indígena” foi a segunda leitura coletiva realizada pelo Clube.

Quer conhecer outros projetos de Educação em Direitos Humanos do Instituto Aurora? Acesse a seção “Portfólio”.

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Pontes ou muros: o que você têm construído?
Em um mundo de desconstrução, sejamos construtores. Essa ideia foi determinante para o surgimento do Instituto Aurora e por isso compartilhamos essa mensagem. Em uma mescla de história de vida e interação com o grupo, são apresentados os princípios da comunicação não-violenta e da possibilidade de sermos empáticos, culminando em um ato simbólico de uma construção coletiva.
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Quem é você na Década da Ação?
Sabemos que precisamos agir no presente para viver em um mundo melhor amanhã. Mas, afinal, o que é esse mundo melhor? É possível construí-lo? Quem fará isso? De forma dinâmica e interativa, os participantes serão instigados a pensar em seu sistema de crenças e a vivenciarem o conceito de justiça social. Cada pessoa poderá reconhecer suas potencialidades e assumir a sua autorresponsabilidade.
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A vitória é de quem?
Nessa palestra permeada pela visão de mundo delas, proporcionamos um espaço para dissipar o medo sobre palavras como: feminismo, empoderamento feminino e igualdade de gênero. Nosso objetivo é mostrar o quanto esses termos estão associados a grandes avanços que tivemos e ainda podemos ter - em um mundo em que todas as pessoas ganhem.
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Liberdade de pensamento: você tem?
As projeções para o século XXI apontam para o exponencial crescimento da inteligência artificial e da sua presença em nosso dia a dia. Você já se perguntou o que as máquinas têm aprendido sobre a humanidade e a vida em sociedade? E como isso volta para nós, impactando a forma como lemos o mundo? É tempo de discutir que tipo de dados têm servido de alimento para os robôs porque isso já tem influenciado o futuro que estamos construindo.
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Formações customizadas
Nossas formações abordam temas relacionados à compreensão de direitos humanos de forma interdisciplinar, aplicada ao dia a dia das pessoas - sejam elas de quaisquer áreas de atuação - e ajustadas às necessidades de quem opta por esse serviço.
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Consultoria em promoção de diversidade
Temos percebido um movimento positivo de criação de comitês de diversidade nas instituições. Com a consultoria, podemos traçar juntos a criação desses espaços de diálogo e definir estratégias de como fortalecer uma cultura de garantia de direitos humanos.
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Minha empresa quer doar

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    Depoimento de professora de Campo Largo
    Em 2022, nosso colégio foi ameaçado de massacre. Funcionárias acharam papel em que estava escrito o dia e a hora que seria o massacre (08/11 às 11h). Também tinha recado na porta interna dos banheiros feminino e masculino. Como gestoras, fizemos o boletim de ocorrência na delegacia e comunicamos o núcleo de educação. A partir desta ação, todos as outras foram coordenadas pela polícia e pelo núcleo. No ambiente escolar gerou um pânico. Alunos começaram a ter diariamente ataque de ansiedade e pânico. Muitos pais já não enviavam os filhos para o colégio. Outros pais da comunidade organizaram grupos paralelos no whatsapp, disseminado mais terror e sugestões de ações que nós deveríamos tomar. Recebemos esporadicamente a ronda da polícia, que adentrava no colégio e fazia uma caminhada e, em seguida, saía. Foram dias de horror. No dia da ameaça, a guarda municipal fez campana no portão de entrada e tivemos apenas 56 alunos durante os turnos da manhã e tarde. Somente um professor não compareceu por motivos psicológicos. Nenhum funcionário faltou. Destacamos que o bilhete foi encontrado no banheiro, na segunda-feira, dia 31 de outubro de 2022, após o segundo turno eleitoral. Com isto, muitos estavam associando o bilhete com caráter político. A polícia descartou essa possibilidade. Enfim, no dia 08, não tivemos nenhuma ocorrência. A semana seguinte foi mais tranquila. E assim seguimos. Contudo, esse é mais um trauma na carreira para ser suportado, sem nenhum olhar de atenção e de cuidado das autoridades. Apenas acrescentamos outras ameaças (as demandas pedagógicas) e outros medos.
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